segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

A espiral sinistra irá abrandar...?

Na nossa terra ultimamente a vida de-quem-não-é-rico tem sido um pesadelo.
Sei que há quem o queira disfarçar, daí o eu ter optado desde há uns tempos por não ler, nem ouvir na tv, a «opinião» de uns senhores 'economistas' que vivem num universo paralelo e negam a evidência. O que dizem enerva-me tanto que optei por os ignorar!!!
Durante muito tempo, quando eu era criança, os ordenados eram uma miséria mas os preços eram controlados. Vivia-se muito mal, os salários se comparados com 'lá fóra' eram muito baixos, e os preços também. Um país onde tudo era pequenino, pobrezinho...
Veio depois um tempo onde os salários foram melhorados, e nós respirámos. Um período de grande esperança mas muito curto porque rapidamente os preços foram ajustados...
Ou seja de viver mal por os salários serem baixos, passámos a viver mal por os preços serem altos. O tempo em que se respirou foi curto.
Mas nos últimos tempos, com as medidas de austeridade para o nosso país, a tarracha apertou a um limite inacreditável, viu-se os preços a subir e os salários a baixar ! Ou seja os pobres passaram a miseráveis e a classe média a pobre, como diz na reportagem «os aumentos significativos registados nos preços de bens e serviços básicos ou obrigatórios vieram numa fase em que também o emprego, os salários e os apoios sociais foram penalizados» Na conhecida história do 'leito de Procusto' cortava-se ou os pés ou a cabeça da vítima para a ajustar à cama, mas no 'leito da austeridade' em Portugal cortava-se os pés e a cabeça! Sem salvação!
Mas de vez em quando contam-nos coisas tão inacreditáveis que têm de ser interpretadas para se aceitarem. Vi na véspera do Natal uma reportagem que dizia que os portugueses tinham gasto este ano, em média, 300 € em prendas de Natal. Mas quais portugueses? Ou é um milagre que rivaliza com o da multiplicação dos peixes, ou algo de estranho se passa para que num país onde  a média dos salários é de 550 € segundo a Deco, o que me parece realista, ou de pouco mais de 900 em estudos mais optimistas, como é que a média das compras foi de 300 €?! A minha interpretação é que se esperou pelo Natal para comprar coisas necessárias: um casaco de abafar melhor, um bom par de sapatos, ou trocar aquele electrodoméstico que estava em fim de vida... Só pode. 
E com o Novo Ano e Novo Governo, o que eu espero nesta altura é já que não me cortem mais no salário ou reforma! E que apareçam saídas profissionais para os nossos filhos. Não se pode pedir menos, creio eu...
Que se consiga abrandar a voragem desta espiral tenebrosa. Uma luzinha ao fim do túnel.








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