quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Acho-lhes uma graça!

A porcaria do estado a que já chegámos, economicamente falando, faz com que se tornem gritantes as dificuldades de quem tem ainda menos do que nós, e parte-se-nos o coração ver a miséria que por aí anda. E, é claro, que cada um à sua maneira vai ajudando no que pode e conforme pode (às vezes até nem se nota, porque pode ser simplesmente não diminuir as horas da mulher-a-dias mesmo que  o nosso salário a nossa reforma tenha baixado bastante)
Mas toda a gente sabe o que fazer se quiser ajudar. Não acredito que seja quem for fique embaraçado ao desejar dar seja o que for por não-saber-como-fazer! Por isso me irritam um pouco as campanhas que aparecem por todo o lado a proporem generosamente "canalizarem" os nossos donativos. Isso é geral, é internacional, viajei de avião na semana do tufão nas Filipinas e às tantas fomos informados que iria passar pelo corredor um dos assistentes de voo com um saco para deixarmos lá ficar o dinheiro que nós quiséssemos dar para eles enviarem para lá!
E agora é por todo o lado. Uma cadeia de supermercados que pergunta se "queremos arredondar" quando chegamos à caixa, e esse "arredondamento" é para eles oferecerem às pessoas que precisam. O metro - e os outros transportes creio eu - propõem agora recolher roupas e alimentos que os utentes queiram deixar ficar para eles os enviarem a necessitados.  Para não falar no famoso Banco Alimentar que periodicamente nos apanha à saída dos supermercados e nos faz sentir envergonhados se, para além dos produtos de que necessitamos, não pagamos mais um quilo de arroz, uma lata de salsichas e uma garrafa de azeite aumentando as vendas e o lucro desses supermercados. 
E por aí fóra. 
A proposta é: "dê-me a mim que eu dou aos outros".
Uma espécie de grandes empresas distribuidoras de caridade.

Mas por alma de quem?! 

Cereja

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