quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Ganda roubo!!!

 Não me costumo deter em fait-divers, mas este merece reflexão.

Sabemos todos, muitos de nós por experiência directa, como os tribunais estão super-lotados. Sem falar nos grandes processos que de tão pesados parece não andarem e após anos e anos acabam em prescrição, nas nossas queixas de todos os dias é sabido que tudo se arrasta um tempo sem fim, com a justificação de que há muito trabalho e os tribunais não despacham as coisas depressa. 
Daí que tenha ficado pasmada quando li uma história de pasmar.
Um "colectivo de juízes das Varas Criminais de Lisboa" reúne-se para decidir sobre este caso:
a) Alguém ligou para uma casa de venda de pizzas e encomendou 3 pizzas, mais uns sumos e uns gelados. O que dava uma conta carota, que 35 euros já dinheiro! Mas o entregador de pizzas ao chegar à morada, antes de sair da mota apanha com alguém que lhe diz: "Passa para cá as pizzas!" e zás, foge com elas. Outro "alguém" segura a mota para dar tempo ao fugitivo de escapar com o petisco, e depois desaparece também.
b) Depois de apuradas e difíceis diligências, é detido o criminoso que só-podia-ser o rapaz que encomendou as pizzas... Fácil, não? (eu, que leio Agatha Cristie, Ellery Queen, Standley Garden, S.S. Van Dine desde pequena ocorrem-me ideias muito originais e extravagantes  tais como dois amigos que iam a passar e ao ver um entregador de pizzas parar decidem o arrojado assalto)
c) O facínora detido, de 16 anos, nega. Mas acaba por ser identificado numa fila com mais 3 homens, por acaso bastante mais velhos. O "assaltado" diz que lhe parece que é aquele que o agarrou, até porque, refere ingenuamente, os outros eram "adultos e muito diferentes" e portanto "daqueles 3 só podia ser o arguido"
Já está! O caso vai a tribunal e o Ministério Público em voz grossa decide:
"Vivemos num país civilizado e este tipo de brincadeiras não se pode aceitar". Assim sendo pede a condenação do rapaz de 16 anos que se dizia inocente, mas com estas terríveis provas ficava esmagado.
Mas ainda ficamos em suspence mais umas semanas que o colectivo de juízes vais reunir de novo. Oooooh! O que irão estas almas decidir de um caso tão complexo e grave. 
Talvez pedir ajuda ao CSI?



Cereja



3 comentários:

José Palmeiro disse...

Gostava, sinceramente que esta justiça da Paula Teixeira da Cruz, tivesse a mesma atitude para os que, efectivamente, roubam neste país.
Estas notícias, deixam-me completamente fora de mim.... , e mais não digo.

cereja disse...

Olá amigo!
Deu-me para brincar e escrever isto neste tom, porque de facto nada disto tem pés e cabeça. O que se gastou neste julgamento, salários do tal colectivo de juízes, dos advogados, papel e tinta, foi dezenas de vezes mais do que os 30 € do tal roubo. E as "provas" são completamente caricatas.

cereja disse...

Olhem só como acabou toda esta parvoíce:

http://www.abola.pt/mundos/ver.aspx?id=445522

Ou seja, o acusado foi absolvido por falta de provas. Mas, um roubo no valor de 31,50 euros custou 2.500 euros por ter ido a tribunal!!!! Quem vai pagar os 2.500 €???? Somos nós, é claro!