sábado, 23 de novembro de 2013

Civismo, respeito etc e tal



Gosto da minha cidade.
Nasci em Lisboa, é a minha cidade-mãe.
Uma manta de retalhos como sabemos, - ia dizer patchwork, mas a manta de retalhos serve bem - com bairros muito individualizados, onde os vizinhos se conhecem, bairros que por vezes parecem pequeninas aldeias dentro de uma cidade, e também zonas mais modernas, mais dormitórios, onde por vezes nem os vizinhos do prédio sabem quem somos. Mesmo assim, quem sempre cá viveu e na mesma zona sabe que se podem criar relações não como numa aldeia, mas também bem simpáticas. Já por aqui contei várias historietas nesse sentido.
Claro que nem imagino o que seja gerir uma cidade do tamanho de Lisboa, às vezes já me custa gerir a minha casinha de 3 divisões. A articulação dos diversos pelouros, a previsão a longo termo, deve ser complicadíssimo mas também por isso é há tantos vereadores e trabalhadores. 
Ora a lentidão com que se processam as obras nesta terra é chocante. Como vivi uns anos em Macau, vi com os meus olhos que é possível erguer-se um prédio enorme em poucos meses ou arranjar-se uma rua em menos de uma semana. É possível, sim. Não consigo entender por exemplo, como o arranjo da Praça do Areeiro pode demorar anos e anos e anos. Não sei se dez anos é exagero, mas anda por lá perto! Metade dela parece agora acabada, (e começaram a esburacar a outra metade) mas continua meio vedada, ninguém explica porquê. Se isto não é falta de respeito pelos cidadãos não sei como lhe chamar.
Assim como o lixo. Cidades mais pequenas à volta de Lisboa conseguem ter ecopontos subterrâneos apenas com umas pequenas entradas visíveis e uma recolha correcta do conteúdo; como é possível uma capital ter esses monstros a transbordar de lixo, tirando espaço nos passeios ou nas ruas, com uma recolha tão irregular? Falta de respeito. 
Na quinta-feira, à uma da tarde, o trânsito estava uma loucura no cruzamento da Av. da República com a Av de Berna. Causa? Mesmo junto desse cruzamento uma grua e um enorme camião descarregavam mercadoria para um prédio, bloqueando duas das três vias. OK, era legal que até tinham lá um polícia. Não pude deixar de me lembrar que a semana passada em Paris observei também uma grua a montar iluminações do Natal numa rua pequena e com pouco trânsito, mas tiveram o cuidado de o fazer às 10 da noite quando passava um carro de meia em meia hora...Não em hora de ponta numa praça central. Questão de respeito acho eu. 
Merecemos isto?
Se calhar sim, uma vez que se aceita, apenas com umas resmungadelas para os amigos. Bem-feito!

Cereja
 

2 comentários:

Joaninha disse...

Claro!
Cheia de razão, mas é um bocado chover no molhado, há uma resignação horrorosa, um encolher de ombros, como se tudo isto fosse inevitável. O tempo absurdo que algumas obras públicas levam, imagino que só seja por os mestre de obras não serem penalizados com os atrasos. E se calhar também se aceitar propostas à partida com um tempo de espera absurdo! (deve ser por serem mais baratas...)

Joaninha disse...

E essa questão do trânsito é outra que tal. Prejudicam centenas de pessoas (não é só os carros particulares que sofrem, claro que os autocarros também!)mas como se calhar a firma pagou uma verba para fazer ali a descarga, tudo bem...Para fazer a descarga à noite teriam de pagar horas extraordinárias, se calhar, e tudo pesado assim foi melhor. Mesmo prejudicando centenas de pessoas!