sexta-feira, 19 de agosto de 2016

O mundo tem mudado para melhor



Fez ontem 80 anos que assassinaram Federico Garcia Lorca.
Uma perda irreparável para a cultura, uma perda enorme para Espanha, uma figura riquíssima, poeta, dramaturgo, escritor, pintor, compositor, pianista... Mataram-no quando tinha 38 anos, no auge da vida.
Foi logo no início da guerra civil, e a acusação seria por ser 'rojo' um perigoso esquerdista. Mas todos os relatos sublinham que foi uma vítima do que hoje se chamaria «crime de ódio» crime motivado por preconceito, uma das demonstrações disso foi os seus assassinos se gabarem de não o terem fuzilado de frente como era a regra, mas viraram-no de costas para o pelotão, numa alusão à sua homossexualidade. Arrepia? Pois, eles acharam graça.
Sabemos que este preconceito têm raízes muito espalhadas. O facto de se ser gay é aceite (é?) quase que apenas só nos países do 1º mundo. Numa grande parte do mundo é ainda castigada essa orientação sexual, e muitas vezes mesmo que a lei não permita a homofobia declarada e portanto legalmente se possa castigar quem a pratique, socialmente há práticas de bulling que de um modo ou outro ostracizam quem se enquadre nessa situação.
Mas....
Mas o mundo tem mudado! Até o facto de existir uma palavra para esse conceito, a homofobia, já é algo de notável. E a palavra nasceu em 1971, só há quarenta e tal anos apenas, 'inventada' por um psicólogo judeu/americano. Até então era 'um crime' uma orientação sexual diferente da maioria, punido mesmo com prisão em muitos países.
Faz-nos reflectir no porquê...? Tirando a antiguidade quando na Grécia a homossexualidade era tão normal que ficou conhecido como «amor grego» o amor entre pessoas do mesmo sexo assim como Lesbos famosa ficou, vê-se ainda um horror enorme, creio que com origem religiosa mas vai mais além disso. Porquê? É certo que a raça, ou a religião também provocam reações fortes como se sabe mas a luta anti-gay parece completamente desproporcionada em relação às outras. Que ameaça podem sentir?
Felizmente os Lorcas ou Oscar Wildes, hoje viveriam bem nos seus países, faltando ainda imenso para o que seria justo o mundo está um pouco melhor. 

Um pouco.

Cereja

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