quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Fogos

Incêndios.
Todos os anos por esta altura o cenários se repete.
Todos os anos.
Quando se começa a pensar «este ano a coisa está melhor» recomeça a mesma cena, as mesmas imagens de terror. Fogos extensos, gente desesperada, bombeiros que se multiplicam mas já não conseguem fazer mais nada, perdas imensas e não só materiais porque há coisas que nenhum seguro pode pagar, recordações de vidas inteiras...
Mas que raio de fatalidade é esta? É "o destino"? O fado? Não se pode prevenir este horror?
Tenho uma amiga que nasceu numa aldeia, filha de aldeões. Tem uma opinião firme sobre isto. Diz-me ela que quando era criança, todo o mato seco se aproveitava. Era com esse restolho que se aqueciam as casas no inverno, se cozinhava, se faziam as camas dos animais, e alguma dessa palha até servia para alimentar esses animais. O restolho era um bem. Até se vendia!

Com o progresso isso a pouco e pouco desapareceu. O restolho é um empecilho que não serve para nada e ninguém o quer, portanto limpar os terrenos passou a ser uma coisa que só dá trabalho sem nenhuma vantagem. Além de que com a desertificação do interior vêem-se muitas terras abandonadas. Ora não se pode «voltar atrás» nem isso seria bom, mas se calhar se os milhões que se gastam agora a combater incêndios tivessem sido gastos a limpar terrenos, tínhamos lucrado imenso!
E há ainda outra «prevenção»: mão pesadíssima para os abutres que lucram com estas situações, construtores em certas áreas, e madeireiros noutras. Investigações muito a sério para os fogos postos, crime sem perdão. Ah, e já agora talvez aconselhar as tvs a não trabalharem para o deleite dos incendiários está bem? 

Porque é normal que com um Verão muito quente existam incêndios espontâneos, isso será difícil de evitar por completo, mas não é normal este inferno na terra a que assistimos nestes últimos dias!



Cereja

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