Li ontem um texto fabuloso de Rui Vieira Nery.
Como o link é do facebook não sei como resulta aqui, e o texto é grande demais para o copiar aqui na íntegra, vão só uns extractos. É uma pena se não se ler todos porque o quadro da cozinha à antiga da D. Adozinda é magnífico, e a descrição dos cozinheiros actuais, perdão, dos chefs, ainda é melhor! Os nomes próprios seguem um abcedário previsivel – Afonso, Bernardo, Caetano, Diogo, Estêvao, Frederico, Gonçalo, … – e os apelidos parecem um anuário do Conselho de Nobreza, com uma profusão ostensiva de arcaismos ortográficos que funcionam como outros tantos marcadores de distinção – Vasconcellos, Athaydes, Souzas, Telles, Athouguias, Sylvas…
As críticas que faz à «nouvelle cuisine» são engraçadíssimas de tão verdadeiras. Realmente encontramos pratos que se podem chamar "profiterolle de anchova em cama de gomos de tangerina caramelizados, com espuma de champagne”, o “ceviche de vieira com molho quente de chocolate branco e raspa de trufa”, a “ratatouille de pepino e framboesa polvilhada com canela e manjericão”
Já me aconteceu provar uma coisa dessas. Poucas vezes. Pouquíssimas vezes. E oscilei sempre entre a vontade de rir, e o irritante resultado que consiste em pagar uma brutalidade por uma barrigada de fome!
Porque além dos nomes poéticos e da inquestionável beleza da «apresentação» do prato, a merecer uma bela foto e ser colocada na parede, comia-se em dois minutos e ficava-se a morrer de fome.
......
Além da sensação desagradável de que se estava a fazer pouco do cliente. Hmmmm....
Cereja
Sem comentários:
Enviar um comentário