Li ontem esta notícia: Faltar às refeições pode levar a uma queixa na CPCJ
De qualquer modo estranhei e comecei primeiro por embirrar. As cepecejotas cuja criação foi uma grande ideia, actualmente sofrem muitas críticas e muitas vezes críticas com razão. É verdade que têm um trabalho muito difícil - dificílimo! - e quase sempre com poucos recursos. Mas tenho tido conhecimento de erros importantes. Infelizmente é uma área onde os erros pagam-se caros, porque um dia para uma criança pode equivaler a um ano para um adulto.
Portanto estranhei que essa coisa de faltar ao almoço implicasse um processo aberto na CPCJ! Fui ler com mais atenção a notícia que tinha lido um tanto em diagonal e percebi que se tratava de refeições que eram preparadas nas escolas para crianças que não as vinham comer nem avisavam. E, por aquilo que li quando prestei mais atenção, era uma situação que se vinha a arrastar. E li no facebook escrito por uma excelente professora que conheço «Até que enfim! É imoral a quantidade de alunos com escalão A (e portanto com refeições grátis) que as não desmarcam quando faltam - isto entre os mais pequenos, já que os grandes não as comem e vão comer para os bares das escolas. E nós todos a pagar» Ooooh! Se ela diz isto a coisa é a sério!
Portanto, se bem entendo, os pais solicitam as refeições nas escolas mas não se importam que os filhos não as comam? E afinal o que é que comem? Almoçam imagino eu (?!) , mas o quê e onde? Não percebi nada disto... Trazem comida de casa? Os pais dão-lhes dinheiro para comer outra coisa? Não faz sentido.
Bem, seja o que for que se passe decerto que há uma grande falha na educação. Não aquela que a Escola dá mas sim a outra, básica, que se deve receber na família.
São com certeza famílias onde o valor do dinheiro não está ajustado e antes de se chegar à CPCJ seria de bom senso que os pais fossem avisados de que as refeições grátis não consumidas e sem uma explicação, passariam a ser pagas. É justo.
E mais uma vez voltamos à vaca fria do que é educação.
Estas crianças que se habituaram a desperdiçar comida, muito possivelmente o modelo que vêm em casa enquadra-se nisto. Eu ando mais que farta de ouvir falar em «poupar» mas o conceito base de poupar é exactamente aproveitar o que se tem. E a nível da comida entra pelos olhos dentro! Tão fácil mostrar a uma criança que não se deve ter «mais olhos que barriga» e tirar apenas aquilo que vamos comer. E se sobrou guarda-se para comer depois...
É o modelo que muitos adultos têm, o querer mais do que o que precisam e podem consumir. Alimentação, vestuário, objectos de uso, etc. Claro que a publicidade trabalha habilmente nesse sentido, hoje é bem mais fácil (e às vezes mais barato) comprar uma coisa nova do que arranjar a velha! Mas está-nos a sair demasiado caro.
Alerta para os nossos filhos!!!!!!!
2 comentários:
Emiéle! Estás imparável. Que bom. Tenho lido todos os teus postais, mas ando aqui às voltas com o novo windows e a ver se aprendo a editar videos para fazer projetos que tenho na cabeça e agora, que me sinto bem melhor, apetece-me fazer. Foram quase três anos muito maus e ainda me sinto "perra".
Quanto aos postal, claro que tens toda a razão - as refeições como aliás todos os comportamentos são mais aprendidos em casa que na escola (na escola copia-se os galarós...) Outra coisa que me faz muita confusão é a linguagem à saída das escolas e nos transportes públicos.
Somos duas!!!
Ainda vou 'desabafar' aqui sobre esse aspecto da linguagem actual. Com toda a franqueza choca-me. Oiço-a a adultos, oiço-a na tv, e penso que «não há necessidade» como diria o diácono...
......
Quanto a ter passado a escrever aqui mais, afinal são os temas que digo também no face mas lá comento em 2 frases, e já vi que aqui estou muito mais à vontade :)
Um grande abraço Méri, e que os 3 anos maus tenham acabado!!!! (agora também tive um acidentezito chato mas sem gravidade, só que ODEIO sentir-me diminuída)
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