domingo, 8 de fevereiro de 2015

Rugas

Entre as historietas fait-divers que têm sido comentadas pelas redes sociais, há uma que chama a atenção: O caso da  mulher que nunca sorriu para não ter rugas Uma trabalheira, essa coisa deve obriga-la a uma permanente atenção, estado de alerta, para nunca se distrair quando ouve algo engraçado. É duro!
Atenção para quem está a ler esta história pela primeira vez: isto não é um capricho de uma adolescentezinha, a criatura mulher tem 50 anos agora e diz que pratica esta vigilância anti-ruga desde há 40 anos! Entretanto casou (há pelo menos um homem que aprecia as caras sérias) e teve uma filha. Pelos vistos conseguiu nunca sorrir para o bebé. Perguntam-lhe por vezes, quando olham para aquela cara sem expressão, se usa botox e toda contente explica que não. Aquilo é mesmo uma decisão parvoíce que dá muito trabalho e força de vontade.

Parece que o faz não  tanto para ficar bonita (??!)  e sim para ficar nova. Nova, com cara de parva e feia claro, mesmo a «Barbie», também inexpressiva, mostra um sorriso.
Isto fez-me recordar uma amiga, que tinha de facto um aspecto mais jovem do que era e que quando lhe diziam «Ah, não me diga que tem *** anos?! Eu tirava-lhe uns 10!» respondia sempre «Oh, não, não, não me tire nenhum que me fazem muita falta!» e passava a explicar que cada ano vivido é uma riqueza - recordações, experiências, maus e bons momentos, conhecimentos, aprendizagem. 

Os anos trazem rugas? Pois trazem. E nada mais bonito do que as tais 'rugas de expressão' a prova material de que sentimos, que temos emoções, que vivemos.


Cereja

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