quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

O Concerto

Ontem fui ao cinema.
O filme em questão não estaria entre as minhas prioridades se me baseasse apenas na opinião da crítica nacional e até mesmo na propaganda  publicidade. Num dos anúncios chamavam-lhe «comédia/música» (?) e, apesar de apreciar comédias musicais, não tenho andado para aí virada.
Mas uma amiga, que já o tinha visto no estrangeiro, garantiu-me-me que eu iria gostar e fui por ela.
Chamava-se O Concerto.
É um filme fabulosos! A história pode resumir-se: há 30 anos na era Brejnev, o maior Maestro daquele país teve um concerto interrompido, (Concerto para Violino de Ré Maior de Tchaikovsky) a batuta partida, e os seus músicos despedidos por insistir em manter músicos judeus. Muito tempo passou, esses músicos ganhavam a vida em trabalhos desqualificados e o próprio Maestro, trabalhava no Teatro Bolshoi como encarregado de limpezas, nem lhe sendo permitido escutar os ensaios da actual orquestra – bem pior do que «a sua».
Por um acaso, enquanto limpava o gabinete do director do teatro, chega um fax que ele lê, convidando a orquestra a actuar em França. Com grande ousadia, ele apodera-se do fax, responde aceitando, mas a orquestra que vai a Paris é a sua ‘velha orquestra’ reconstituída…
É impossível? Deve ser impossível. Mas pode imaginar-se. E o que daí se desenrola, é extraordinário como amostra da Rússia actual, com um ritmo de acontecimentos impressionante, e o concerto interrompido há 30 anos tendo apenas como diferença uma solista muito especial, realiza-se no Palácio do Chatelet numa apoteose magnífica.
É um filme comovente, com momentos de pura comédia de facto, mas que nos chama a atenção para um pedaço de História que ainda é dos nossos dias.
Se tiverem ocasião, não o percam!





Pé de Cereja

7 comentários:

Joaninha disse...

Tem alguma graça quem tinha por costume passar por aqui de manhãzinha, encontrar um post que foi escrito… ontem! Confesso que passo por aqui menos vezes, esta questão de hábitos antigos, é difícil de mudar.
Por acaso já vi o filme quando passou no King, mas a verdade é que está a sair depressa de cartaz o que quer dizer que a propaganda não está a ser bem feita.
Por mim gostei imenso e recomendei aos meus amigos todos!!!! É de uma sensibilidade e uma ternura, que nos deixa encantadas. Sendo um tema tão sério como é, os momentos de humor que perpassam ao longo daquela hora e meia tornam a história leve.
E… pobre Rússia!

sem-nick disse...

Fazendo minhas as palavras da Joaninha (o 1º parágrafo) também me sinto confuso com o novo horário, mas acho muito bem que escrevas quando te der para isso!
Ainda não vi esse filme.
Tenho ido muito pouco ao cinema ultimamente, mas este post e o vídeo que o acompanha deixou-me interessado. Talvez este fim-de-semana.

Joaninha disse...

Olá sem-nick!
Eu ainda estava «em linha» e vi entrar o teu comentário. 1º, é claro que a nossa cerejinha tem todo o direito de escrever quando muito bem lhe apeteça, eu só me referi a hábitos antigos...
Olha, vai ver o filme que aposto que vais gostar muito!

Mary disse...

Ainda não vi.
A «amostra» é interessante! :)

cereja disse...

Claro que a opinião é minha e vale o que vale. Não sou crítica de cinema, mas gosto de uma boa história!

Anónimo disse...

Por acaso só tinha ainda ouvido a versão do filme 'engraçado', tu aqui chamas a atenção para que pode ser um filme sério. Vou ver se sei mais coisas.

Anónimo disse...

Não amigo anónimo, olha que é realmente um filme sério apesar de contado de um modo «leve». Eu já o tinha visto mas nem foi em Portugal, levou algum tempo a cá chegar.
Mas é mesmo muito bem feito!