quarta-feira, 18 de novembro de 2015

As teorias da conspiração


Usamos a expressão «teoria da conspiração» para ironizar sobre teorias muito rebuscadas e um tanto paranóicas sobre a realidade. Mas, o certo é que na história original do filme que tornou a expressão comum, o certo é que afinal se descobre que o 'louco' tinha razão e existia uma conspiração em que ninguém acreditava.
Penso nisto a propósito dos atentados de Paris.
De qualquer das vezes, quem em Janeiro quer agora, o planeamento parece ter sido cuidado ao milímetro com muito pouco deixado ao acaso. Ora uma das coisas que deixa qualquer um de boca aberta é a história de ter sido encontrado junto de um dos cadáveres um passaporte sírio. A ligação que foi feita de imediato, e aliás confirmada pelos vistos, é de que aquele terrorista-suicida se tinha infiltrado através dos refugiados que têm chegado.
Digo que nos deixa de boca aberta porque alguém que entra numa conspiração desta envergadura e mete no bolso a sua identificação verdadeira é extraordinário! Qualquer série policial de meia tigela refere que o primeiro cuidado de um criminoso é usar uma identidade falsa, quanto mais numa acção destas...

Mas este pormenor teve de imediato repercussões, ou seja incendiou quem já estava de pé atrás com a chegada à Europa de tanta gente em fuga, e temia a desestabilização que tal vinha trazer. Portanto pensaram de imediato «olha, olha, cá está um!» mesmo que fosse natural existir 1 nos 135.000 ou seja 1 para 134.009. Seria natural mas segundo as últimas notícias, nem é bem isso, porque parece que afinal o famoso passaporte era de um soldado sírio já morto há meses

E cá voltamos à tal «teoria da conspiração» que não é tão tonta como isso. Imagine-se que o dito passaporte foi levado de propósito. Imagine-se que se pretendia de facto associar os refugiados aos terroristas. Imagine-se que se desejava a reacção que acabou por acontecer.
Vantagens para o ISIS: a) Baralha as pistas. Começa-se a pensar que o mal vem de fóra, quando as sementes estão bem plantadas no interiror. b) Faz 'perder tempo' aos investigadores. c) Bloqueia a fuga de refugiados que não lhes pode agradar, afinal estão a sair da sua esfera de influência.



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É certo que tudo isto são conjecturas.
Nada diz e seria realmente impossível improvável que os fundamentalistas do ISIS quisessem agradar à Marine Le Pen, ou aos que querem radicalizar as suas posições, mas se nas histórias policiais se costuma perguntar quem beneficia com o crime, parece que não há dúvidas que não foram as posições de esquerda que beneficiaram, muito pelo contrário.
Pode ser que os vendedores de armas reforcem agora as suas vendas à França e aos países que partirem em cruzada. O povo anónimo, os civis de parte a parte é que não beneficiaram nada, com certeza.



Cereja

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