sábado, 6 de dezembro de 2014

Bibliotecas Cabeleireiras ambulantes

Num saltitar entre notícias, (creio que o termo zapping se usa apenas para a  televisão) encontrei uma história muito interessante 
Fútil? O que pode interessar os serviços de uma cabeleireira, quando muitas vezes faltam respostas básicas e fundamentais? Isto é o que muita gente mal-humorada diz.
Não acho nada.
Pelo contrário achei uma ideia brilhante! 
Aliás como resposta ao azedume de quem considera um erro grave pensar-se no supérfluo quando falta o essencial, devo dizer que para mim é esse supérfluo que muitas vezes nos dá forças  para andar de cabeça erguida. E nem sequer é este caso. Segundo conta reportagem uma carrinha foi transformada num salão de cabeleireiro ambulante e «percorre as aldeias mais isoladas de Miranda do Douro para levar os serviços de estética a todos os seus habitantes» Palmas!!!
Quando com a falta de trabalho vejo surgirem sobretudo várias respostas (boas, interessantes, bem-intencionadas, sem dúvida) de gente que pretende 'vender coisas', fico encantada com alguém que vai vender um serviço. E, neste caso, um serviço social! Que pode ser lido de muitas formas:
Para uma pessoa que viva numa terra isolada, encontrar quem lhe lave cuidadosamente a cabeça e lhe corte o cabelo deixando-a bonita e perfumada, é um prazer. Dirão que isso se pode fazer em casa. Pode. E não é uma coisa de vida ou de morte... Mas é o toque que pode mudar a qualidade de vida.
O cabeleireiro ou o barbeiro é o centro de convívio por excelência. Onde há um encontro entre iguais, onde se trocam opiniões, se conversa, se vê revistas de mexericos e se analisam os ditos em voz alta. Ninguém se sente só num salão de cabeleireiro. E há o conforto da água morninha na cabeça, o perfume do champô, a carícia dos dedos de quem nos lava. O cabelo que ganha forma debaixo da tesoura e pente de quem sabe. Tudo isso tem um valor psicológico enorme! Isto do ponto de vista do cliente.
Por outro lado, quem se lembrou deste serviço arranjou trabalho numa altura onde ele falta cada vez mais. Até mesmo nesta área, onde há anos se via abrir porta sim porta não mais um cabeleireiro, tenho verificado que muitos deles estão agora às moscas. E esta iniciativa faz com que vá a montanha a Maomé, com vantagem também para a montanha é claro...
Existiam as Bibliotecas Ambulantes o que era também uma excelente iniciativa, apesar de com o advento da TV se encontra uma distracção mais «fácil», infelizmente. Mas Cabeleireiro Ambulante?...
Uma magnífica ideia. Os mais sinceros votos de que seja um êxito.



Cereja

2 comentários:

Johnny disse...

Clap, clap, clap! De facto, excelente iniciativa. :)

cereja disse...

Obrigada Johnny pelo comentário.
Achei a ideia muito interessante pelos motivos que referi. E que curiosamente tem a ver com questões psicológicas:
Por um lado ter uma boa aparência levanta-nos o moral com se sabe. e muitas vezes nem é para os outros é até para nós mesmos.
Por outro lado, como sabemos, nos barbeiros ou cabeleireiros é onde se conversa mais. E para quem vive isolado, em locais afastados de tudo, é uma bênção poder conversar durante um par de horas.
.................
Esta carrinha devia ter apoio dos serviços de saúde mental :D