quarta-feira, 24 de julho de 2013

Filosofias - "o que é isso da idade?"

 Brincar com os pensamentos é das actividades mais estimulantes e atractivas. Chamo-lhe filosofia à falta de outro termo... Li esta manhã num blog que tenho aqui ao lado, um texto que me aguçou o apetite. Chamava-se o texto, citando um pensamento de Confúcio: Qual seria a tua idade se não soubesses quantos anos tens?
Comecei a pensar nesta pergunta gira, e de acordo com o nome aqui do estaminé uma coisa levou à outra, porque de facto a ideia é desafiante.
Que idade temos nós?
Pode-se sempre imaginar que não sabemos em que ano nascemos, porque não? As referências para nos situarmos teriam de ser nesse caso ou recordações ou amigos. E isso é falível, não é? Há lembranças que imaginamos ter porque nos contaram e outras que nos 'recusamos' a recordar...Coisa estranha a memória afectiva.
Quando somos crianças queremos com muita força ser mais velhos do que somos. Quero dizer não é "mais velhos" é antes "mais crescidos", a gente é que diz assim... O nosso irmão com mais 2 ou 3 anos parece cheio de poder! Ena  Quem me dera ter já 8 anos!!! pensamos então. Recordo muito bem o orgulho com que fiz 10 anos porque passava a ter dois algarismos na idade...
Mas isso passa. Depois queremos mesmo é ter a idade dos outros, dos nossos amigos, do nosso grupo. Ou seja a 'questão da idade' não se põe de todo nessa altura, é completamente secundário.
E é interessante porque deveria ser sempre assim. Secundário.
Mas todos sabemos que o não é. Essa questão da idade é importantíssima, assim como o é a aparência. E quanto mais tempo passa mais isso se nota.
O meu grupo de amigos posso dividi-los em 2 categorias: os que ligam muito à idade e os que ligam pouco, mas não há grupo dos que não ligam... E por isso é tão curioso o pensamento do Confúcio.
Creio que a pergunta dele é que "idade sentimos". Subjectivo, não é?
Por mim sei que sou uma verdadeira montanha russa. Há dias em que me sinto velhíssima, a transbordar de experiência, tendo passado (e lembrando-me bem) por coisas notáveis, com memórias de tempos que quem me rodeia não viveu. Outros dias há onde me sinto uma palerma adolescente, cheia de esperanças, a querer experimentar tudo, como se tivesse uma vida inteira à minha frente.
E depois, todo este fervilhar de sentimentos, emoções, desejos, esperanças, cansaço, ilusões, é suportado por um invólucro material que é o corpo.
E aí já não sei o que diria o Confúcio, porque soubesse eu ou não em que ano nasci, o parvo do meu corpo tem-uma-ideia-aproximada... É verdade que há uns que resistem melhor e outros que se desgastam depressa, mas ele nem sempre acompanha o espírito.
E isso é que é uma chatice!

(não devia acabar isto assim, pois não?)


Cereja




3 comentários:

Mary disse...

Olá cereja, venho estrear os comentários... :)
Fiquei a pensar.
É que pensar na idade é coisa que só se faz para além de uma certa idade não é...? Aos 30 anos pensamos na idade dos outros!!! dos nossos pais, por exemplo! Depois dos 50 (ou talvez 40?) já pensamos na nossa.
Mas a verdade é que até acho que raramente coincide a que vem no BI com a da nossa cabeça!

Joaninha disse...

Bem visto, Cereja, é mesmo isso.
E a frase é de fazer pensar...
Realmente, que idade temos, afinal? Contudo quem é velho por dentro não considera que o seja!

cereja disse...

Olá amigas!

É isso, Joaninha, isso mesmo, NINGUÉM se considera velho, mesmo esses que são velhos por dentro não acham nada!
E olha que conheço gente nova que é mesmo velha!!!! Um modo de pensar tão receoso de novidades, tão cauteloso que é enervante!