Eu sei, eu sei, a frase é "mãe há só uma" assim é que é. Mas como a biologia nos confirma, e dá jeito para o que quero escrever, venho relembrar que também "pai há só um". (apesar de me lembrar de uma redacção de um menino que terminava dizendo: "é que pais há muitos, mas mãe há só uma!")
Mas o papel do pai na família tem variado imenso e para muito melhor.
Aqui no blog tenho lembrado muitas situações "do meu tempo". Lembranças ou engraçadas, ou de saudades, ou de estranheza, por vezes de louvor da actualidade em contraste com esse meu tempo, muitas outras pensando o contrário. Mas em poucos casos a mudança tem sido tão impressionante como a posição de um pai numa família em meados do século passado e na actualidade.
Aqui no blog tenho lembrado muitas situações "do meu tempo". Lembranças ou engraçadas, ou de saudades, ou de estranheza, por vezes de louvor da actualidade em contraste com esse meu tempo, muitas outras pensando o contrário. Mas em poucos casos a mudança tem sido tão impressionante como a posição de um pai numa família em meados do século passado e na actualidade.
É claro que temos de levar em conta também a posição da criança na orgânica familiar. Hoje é possivelmente o elemento mais importante numa família. Mesmo quando não há exageros de mimo e protecção, a verdade é que o normal hoje é tudo girar em função das necessidades das crianças, enquanto há cem anos o centro era "o chefe de família". Em qualquer classe social. A crónica do RAP não seria entendida pelo meu trisavô.
E durante a minha vida tenho assistido, encantada, à participação cada vez maior do pai na vida dos seus rebentos, mesmo muito pequeninos. É essa talvez a mais importante mudança: ao pai de hoje tanto lhe faz se o seu filho tem 2 meses ou 6 anos, quando eu era criança mesmo os pais mais carinhosos só começavam a interagir quando os filhos tinham alguma autonomia, andavam e falavam. Até aos 2 anos ou mais quem cuidava em exclusivo deles era a mãe (ou avó). Havia a consenso social de que um homem não era capaz de tratar de um bebé! Nunca mudar uma fralda, que era tarefa bem mais complicada envolvendo alfinetes, usava-se ainda pouco o biberon pelo que também não podia alimentar, portanto o reino dos muito pequeninos era exclusivamente feminino. Os pais interessados começavam o seu papel activo na segunda ou terceira infância.
Hoje é uma delícia observar alguns pais com os seus bebés. Inversamente do que era, hoje se saem os 3 é o pai que o leva a cadeirinha, ou no suporte do peito. Os pais dão biberon, dão banho, vestem, põem a dormir, sabem o que fazer em qualquer situação tal como a mãe.
Foi um avanço espectacular.
E, penso muitas vezes que mal sabiam o meu avô, bisavô, e os seus amigos aquilo que perderam!
E, penso muitas vezes que mal sabiam o meu avô, bisavô, e os seus amigos aquilo que perderam!
E o que ganham os pais da actualidade.
Cereja
Sem comentários:
Enviar um comentário