domingo, 4 de novembro de 2018

Juizes em «greve» (???!!!)

Não sou isenta.
Sou parcial, sim senhor! Apesar de não gostar quando se generaliza a respeito de uma classe, eu cometo esse erro quando se fala de magistratura. Isoladamente há uns que se safam, claro, mas como classe é execrável. E esta ideia espantosa de uma greve, é inacreditável.
 Os juizes não tem direito à greve diz Jorge Miranda. E repete aquilo que eu, ignorante mas não tanto, pensava sabia: «os tribunais são órgãos de soberania, a par do Presidente da República, da Assembleia da República e do Governo». Portanto era uma greve contra quem?...
Dizia a minha amiga Isabel, no facebook, «Alguém sabe se já estão marcadas as greves do Governo, dos Deputados e do Marcelo ou se por enquanto é só a dos Juizes que tem data marcada?», e acrecentou mais abaixo «...é assim como os deputados fazerem greve porque o Marcelo lhes vetou uma lei, ou o Governo uma contra os deputados que lhe chumbaram outra»
Por acaso nem sei bem porque é que estão zangados e nem me interessa lá muito, porque como expliquei, embirro com eles. Profundamente. Como classe, claro. Acredito que haja pessoas excelentes, generosas, sensatas, humanas, equilibradas, que não sei como acabaram como juizes. Mas deve ser contra natura, foi um acidente de certeza, e devem ser pouquíssimos. 
A «greve» é contra a ministra da Justiça por causa de progressão na carreira, e remunerações. Essa coisa da progressão na carreira é chato, que o digam os quase 700 mil funcionários públicos congelados durante anos. Mas pelo que li, o grave mesmo são as remunerações afinal. Dizem que é injusto porque há desigualdade devido à organização dos tribunais, e cita-se que há juízes que aos 30 anos chegam ao topo da remuneração e assim se vão manter durante 40 anos.  
Bom, o 'topo da remuneração' é, líquida o que faz menos vista, cerca de 3 mil euros, mesmo para os tais juizes que podem ter apenas 30 anos. Mas algo não bate certo, eu não consegui juntar aqui uma tabela que encontrei na net onde mostra que com 18 anos de trabalho já ganham quase 5 mil €, desembargador 7.500 €, e por aí fóra. E ainda, direito a casa, equipada e pronta a habitar, ou então um 'subsídio de 'compensação' talvez para ajuda da renda 😌de quase 800 € . E há também verbas para despesas de representação, de serviço urgente, de deslocação, de movimentação (não é o mesmo) que abrange o agregado familiar.
E é esta tabela que querem alterada. 
Por mim sempre achei que quem trabalha deve ganhar como deve ser. E quem tem um trabalho de grande responsabilidade deve ter um ordenado de acordo com isso. Portanto não são estas verbas que me chocam (embora os subsídios extras seja um subterfúgio pouco sério)  mas sim o facto de viverem em Portugal, onde o preço do leite, do pão ou de um bilhete de cinema é igual para todos, e mesmo quando é caro como a gasolina não o é mais para eles, e considerarem que ganham pouco. Desculpem, pouco em relação a quê? Em relação a quem? Pela tabela que não consegui reproduzir, muitos deles ganham tanto como o Presidente da República, que é a referência mais importante.
Não, não pode ser por isso que fazem greve!
Será para irritar o governo? O outro órgão de soberania....?  


Cereja

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