segunda-feira, 6 de março de 2017

Que paciência é preciso ......

Ando um tanto farta dos Nostradamus de algibeira.
O excesso de partilha de informação (informação?) é um enjoo e quase que é um perigo. Com a facílima utilização da net, não há cão nem gato que não dê a sua preciosa opinião sobre tudo e mais alguma coisa, e depois os amigos partilham, e os amigos dos amigos, e mais os amigos dos amigos dos amigos, e num ai muitas vezes um chorrilho de disparates torna-se uma verdade.
Um dos temas que já nem posso ver, são as milhares de opiniões muito sérias mas contraditórias sobre a nossa alimentação! De meter medo, porque a levar as coisas à risca, tudo faz muito mal ou muito bem. Eu cá dou-me lindamente com a «minha dieta» que é muito simples e todos podem praticar: bom-senso.
Mas, depois, vem outra moda. Que também me irrita (devo andar irritadiça 😉) e é a crítica sistemática à época moderna com a sugestão implícita de que no passado se vivia muito melhor e com mais saúde. Ai é? Veja-se este artigo: É desta forma que a vida moderna nos está a tirar saúde.
Certo, a ansiedade e depressão, são más. Mas como sabem que não existiam dantes? Na Morgadinha dos Canaviais, Henrique de Souselas começa com uma bela depressão, aliás já nesse tempo por culpa da 'civilização'. A Madame Bovary também nos parece bem deprimidinha, coitada, e etc, etc. 
É claro que a poluição nas suas diversas vertentes é péssima, e isso é um facto e é preciso procurar soluções, sim!
Mas há muitos aspectos onde a vida moderna, exactamente pelo seu desenvolvimento é mais saudável. Recordo o antigo aquecimento à braseira, muito bonito, mas que libertava dióxido de carbono; fala-se aqui de que as novas tecnologias são culpadas do aumento da miopia mas ler à luz da vela ou candeeiro de petróleo não ajudava nada à saúde ocular; e o sedentarismo é o culpado de atrofias musculares, etc, etc, ou a atitude comodista de quem evita mexer-se?
Na minha opinião (sou bastante opinativa, mas já que tenho o blog aproveito, não é?) a vida moderna não tem culpa nenhuma, até pelo contrário. É afinal a atitude que se toma, o uso que  se faz das excelentes condições que estão à nossa disposição, que estraga tudo. Ou seja, a responsabilidade de não se viver tão bem como se poderia é das opções que se tomam.
Porque a «vida de antigamente» não era melhor, não senhor. Relembro dois filmes que adorei, aliás filmes de épocas diferentes mas tocando a mesma tecla. Um vi-o há dezenas de anos, chamava-se O vagabundo dos sonhos (Les belles de nuit, no título original) e o protagonista, em sonhos, ia recuando nos tempos e encontrando em cada século um velhote que lhe dizia que no seu tempo era bem melhor... Pois. 😏 O outro Meia Noite em Paris do genial Woody Allen, mostra que embora os «anos de ouro», os anos 20, sejam uma referência fabulosa, afinal é preferível vivermos na actualidade... 
É que, contrariamente ao que se diz, ou insinua, no artigo, não estamos a ter menos longevidade do que os nossos antepassados, não senhor!  
Basta uma olhadela a este gráfico:

Cereja

1 comentário:

cereja disse...

Como achega para este tema veja-se:

(não consegui um link directo, tenho de deixar o link para a notícia do fb)

www.facebook.com/manuela.machado.731/posts/10209549182183809

veja-se como as faladas «novas tecnologias são apenas instrumentos, usados para bem ou para mal. Um caso onde uma dessas tecnologias pode ajudar imenso!