terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Generalizações e parcialidade

 Voltando atrás alguns dias, em pleno calor gerado pelas eleições gregas, passou-se uma história na tv (RTP) que depois transbordou para as redes sociais com bastantes ondas de comentários.
Venho aqui referir por ser sintomático da cegueira partidária e generalização abusiva de certos casos.

Na noite de Domingo, num painel de analistas da RTP, José Manuel Pureza teve esta intervenção, com a «resposta» da jornalista-pivô.



Ora bem, falar em «paralíticos que andavam à procura de mais um subsidiozinho» é um nojo. Não tem a menor justificação. Nada, mas nada, explica esta falta de sensibilidade e até de educação. Quem julga o repórter que é?
O curioso é que a colega, a senhora que fazia as perguntas, veio em defesa dele, e enfim, poderia alegar várias coisas até que fazia frio e ele tinha bebido uns uzos a mais... Não, optou por seguir na mesma linha: «Todos sabemos os factores que levaram a Grécia a este estado [...] ... quando havia cabeleireiras que se reformavam aos 53 anos por terem uma profissão de desgaste rápido»
Essa do 'todos sabemos' que estamos sempre a ouvir na boca de entrevistadores citando afinal outros colegas que por sua vez ouviram boatos, irrita-me particularmente. Muitas vezes 'todos sabemos' coisas que vieram em letras garrafais em tabloides sem qualquer sentido de ética. E a culpa da situação grega, pelos vistos é da sua economia paralela (talvez seja interessante investigar-se porque existe economia paralela em certos países) e das cabeleireiras que se reformam muito cedo...
Seria que ela gostava de ouvir «vocês na tv que ganham mais de 10 mil euros por mês com despesas de representação!....» Acudia logo, que não, mentira, ela não ganhava isso (nem sei se por acaso ganha...) eram dois ou três dos mais conhecidos. Pois é. E, quanto aos gregos, os tais que vivem dos subsídios, se estes senhoritos fossem viver na Grécia sem ser numas aprazíveis férias, e mergulhassem no seu quotidiano, talvez passassem a falar de um modo menos trocista e arrogante.

Cereja

(O senhor que motivou isto, fala aqui) Faltava a anedota dos pinguins. Mas que parvalhão!





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