São tantas as vezes que aqui tenho escrito sobre relações pais/ filhos adultos crianças que decidi agora criar a categoria educação :)
Mas a verdade é que o tema é muito importante e aparecem constantemente motivos para pensar. Desta vez foi uma historiazinha a que acabei de assisti:.
Mas a verdade é que o tema é muito importante e aparecem constantemente motivos para pensar. Desta vez foi uma historiazinha a que acabei de assisti:.
Passa-se junto duma caixa
de supermercado. Uma senhora de meia idade e o seu neto de seis anos. Sabemos
que tem seis anos através da conversa e até porque ele explicou que estava no
primeiro ano. Criança normal, nem me pareceu excessivamente pedinchona. A avó, de aparência classe média baixa queixava-se um pouco da preço das coisas e do que agora já não podia comprar. Conversando com o miúdo, separava as
'suas compras' das 'do neto' e com sorrisos num tom transbordante de mimo dizia a brincar que
ela tinha sido mais gastadora. Contudo, aquilo que eu via no tapete rolante pareciam ser
produtos necessários – pão, couves e outros legumes, fruta, arroz, leite, enfim nada de grandes gastos. Já as «compras» do neto, que
ainda não era obeso mas já um pouco ‘cheíinho’, pareceram-me
perfeitamente inúteis - bolachas, uns brinquedos, tablettes de chocolate,
rebuçados… Já a meter as compras em sacos ele deitou o olho a uma bela caixa de
bombons no expositor da saída. Era grande e de boa marca, coisa para cerca de 5
€ mesmo com um abatimento em letras vermelhas. A avó timidamente explicou-lhe
que ele não devia gostar, os chocolates eram pequeninos e com recheio. Num tom
de autoridade e decidido ele cortou a conversa
«mas eu quero estes» juntando a caixa ao resto.
A avó riu-se
e pagou.
Já à esquina
da rua ainda apanhei o par. A avó com um saco em cada mão perguntava pressurosa
«não queres que eu leve esse?» porque o rapaz levava o saco com as coisas dele.
.......................
Fez-me impressão.As famílias estão a viver uma situação de grande gravidade económica. E uma criança faz parte da família. É justo, é correcto, que se lhe dê a melhor qualidade de vida que for possível - roupa confortável, comida saudável, asseio, bons cuidados de saúde e educação. Mas é um erro, os filhos viveram numa classe económica superior à dos pais ou avós. É irreal. E acontece constantemente! Este menino levava mais de metade do gasto da avó. Com a maior naturalidade, não estava particularmente agradecido... E o tom em que exigiu a caixa de bombons mostrava bem que nem admitia não a levar.
E como cereja no alto do bolo, a avó ainda se propunha carregar com o saco das coisas dele...
Imagina-se este menino daqui a 10 ou 12 anos, não é?
Palavras para quê?....
Pé-de-Cereja
11 comentários:
Boa ideia, deixares este tipo de posts todos arrumados. Até aconselho a procurares os que já escreveste (são taaantos!) e deixares debaixo desta rubrica.
Quanto a esta história, se não é inventada, é um modelo daquilo que sabemos. E tudo por amor, mas mais tarde o miúdo vai ver como é a vida...
Tens toda a razão, Zorro. Vou ver o que escrevi que caiba aqui neste rubrica e passa-lo para cá!
Boa ideia (já disse que sou arrumada? lol)
Ooooh! Afinal aquela tonelada de posts que me lembro de ter escrito foram todos no Pópulo!!! Aqui só encontrei 3ou 4 coisitas que se podem encaixar debaixo deste título. e eu que às vezes evito escrever sobre o tema para não me repetir!!!!
Não sei se neste blog não escreveste muito sobre o tema, mas no Pópulo escreveste, de certeza!
porque não deixas aqui uns links para esses textos? olha que eu gostava de reler...
Pois é!Ainda se vê em demasia coisas dessas, mesmo com crise.
E acabas muito bem as crianças julgam-se uns reizinhos...
Boa ideia uns links para o Pópulo, também gostava de reler :)
Um abração
Olha, sem-nick, (aleluia!!! nunca mais tinhas aparecido por aqui...) tens imensa razão. Nos meus Pópulos tinha uma categoria Educação com muita coisa e afinal aqui, nem por isso...
Estive a rever o que escrevi lá e continua actual. Vou mesmo deixar os links, tens razão-
Por exemplo, vou ver se fica assim:
As crianças e a autoridade
Ai como essa gente me irrita!!
E vai-se a ver e são as pessoas que depois não compram um livro a uma criança porque é caro!
Ainda hoje, à conversa com a psicóloga que segue uma aluna minha, ela mostrava-se escandalizada com a mãe da menina porque esta se queixou que gastava muito dinheiro... em internet!
(gente que vive do rsi!)
Faltou-me dizer: empanturram-nos com gulodices e não compram, por exemplo, o tal livro.
(Estes comentários estão irritantes; deixei agora um bem grande e não entrou, grrr!)
Ontem a Méri passou por cá no mesmo minuto que eu estavA a deixar a resposta ao sem-nick e nem a vi. As minhas desculpas!!!
Gosto imenso de te ver por aqui, minha amiga. De facto no Pópulo é que escrevi muito sobre 'educação', talvez faça um post com os links todos. Fica mais «arrumado» e visível :D
Saltapocinhas, estás como eu, é uma espécie de deformação profissional, não podemos ficar insensíveis... :D
E a escolha das prioridades como chamas a atenção, é caso para se pensar. Também às vezes oiço queixas que me deixam de boca aberta, lamentando-se de não conseguirem coisas completamente secundárias ao mesmo tempo que acham bem deixar de lado outras que seriam básicas!!!
...
Esta avó e neto, história que se passou exactamente como contei, pareceu-me paradigmática.
olha, olha, a tua «mais fiel» leitora [sou, não sou?!] deixou escapar esta...
Só posso aplaudir! era preciso arranjar educadores para educar os educadores. E tudo é por bem.. :)
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