Dos temas que mais me apaixonam, como quem passa por aqui já sabe e basta ler os últimos posts para o verificar, o mais importante é sem dúvida a educação. Gosto de crianças, e considero que educar é talvez a tarefa mais importante do mundo. E é também um tema sobre o qual quase toda a gente tem opinião e sujeito a muitas "modas", mais do que isto talvez só, actualmente, a alimentação tema que parece ser quase uma obsessão. :)
Quem anda neste mundo há várias dezenas de anos tem a irresistível tendência de comparar a vida familiar actual com aquela vivida por si na infância e adolescência, e as diferenças são muitas vezes impressionantes. Muito frequentemente parece existir uma viragem de 180 graus, comportamentos que eram socialmente naturais há 50 anos são hoje vigorosamente criticados enquanto o que seria inaceitável no tempo dos nossos avós ou até dos nossos pais, é a norma.
Há alguns dias li num jornal uns comentários a uma atitude bastante estranha de algumas unidades hoteleiras. Parece que alguns (creio que muito poucos...) hotéis, publicitando o seu sossego e calma, informam que não aceitam famílias com crianças Oh céus!!! «Adults only» Em Portugal também, por aquilo que li.
Claro que choca. Mas o que é isso??!
Contudo quem já comeu em restaurantes com crianças a correrem entre as mesas aos gritos, tentou ser atendido numa loja enquanto um menino fazia uma birra atirando tudo ao ar, ou entrou num elevador onde outra criança tinha carregado em todos os botões obrigando a um grande compasso de espera em cada andar, pode aceitar que esses comportamentos incomodam e perturbam o bem estar de quem não tem nada a ver com o assunto. Mas a culpa/responsabilidade não é da criança e sim do adulto responsável. Porque, de um modo geral, quem acompanha essas fontes de perturbação não exerce qualquer acção disciplinadora, nem impede a actividade socialmente desadequada.
(O exemplo que citei da birra numa loja, assisti a essa cena não há muito tempo; os compradores deixaram de falar com os empregados porque os guinchos abafavam as suas vozes mas a mãe não parecia nada sensível ao incómodo causado, não saiu dali com o filho, e continuou durante largos minutos a acabar de fazer fosse lá o que fosse...)
Ora bem, a diferença com um passado não tão remoto como isso é enorme. Reprimir-se, como dantes, a espontaneidade de uma criança em público? Hmmmm... Não parece ser o caminho. E a verdade conforme li numa socióloga hoje «ao contrário do passado as crianças são estimuladas a serem activas». E parece certo. Mas sem limites...? Podia-se concluir que hoje «os pais não educam pior, a socialização é que é menos virada para a obediência e mais para o diálogo»
Faz sentido.
Gosto do diálogo.
Mas nestes exemplos dos pequenos perturbadores da ordem, não vejo diálogo nenhum. Vejo uma espécie de quero-posso-e-mando das crianças, sem limites e sem respeito pelos outros.
As crianças não podem nem devem ser equiparadas a animais e excluídas dos hotéis, mas devem comportar-se então como os habituais frequentadores dos hotéis. Simples.
Cereja
Quem anda neste mundo há várias dezenas de anos tem a irresistível tendência de comparar a vida familiar actual com aquela vivida por si na infância e adolescência, e as diferenças são muitas vezes impressionantes. Muito frequentemente parece existir uma viragem de 180 graus, comportamentos que eram socialmente naturais há 50 anos são hoje vigorosamente criticados enquanto o que seria inaceitável no tempo dos nossos avós ou até dos nossos pais, é a norma.
Há alguns dias li num jornal uns comentários a uma atitude bastante estranha de algumas unidades hoteleiras. Parece que alguns (creio que muito poucos...) hotéis, publicitando o seu sossego e calma, informam que não aceitam famílias com crianças Oh céus!!! «Adults only» Em Portugal também, por aquilo que li.
Claro que choca. Mas o que é isso??!
Contudo quem já comeu em restaurantes com crianças a correrem entre as mesas aos gritos, tentou ser atendido numa loja enquanto um menino fazia uma birra atirando tudo ao ar, ou entrou num elevador onde outra criança tinha carregado em todos os botões obrigando a um grande compasso de espera em cada andar, pode aceitar que esses comportamentos incomodam e perturbam o bem estar de quem não tem nada a ver com o assunto. Mas a culpa/responsabilidade não é da criança e sim do adulto responsável. Porque, de um modo geral, quem acompanha essas fontes de perturbação não exerce qualquer acção disciplinadora, nem impede a actividade socialmente desadequada.
(O exemplo que citei da birra numa loja, assisti a essa cena não há muito tempo; os compradores deixaram de falar com os empregados porque os guinchos abafavam as suas vozes mas a mãe não parecia nada sensível ao incómodo causado, não saiu dali com o filho, e continuou durante largos minutos a acabar de fazer fosse lá o que fosse...)
Ora bem, a diferença com um passado não tão remoto como isso é enorme. Reprimir-se, como dantes, a espontaneidade de uma criança em público? Hmmmm... Não parece ser o caminho. E a verdade conforme li numa socióloga hoje «ao contrário do passado as crianças são estimuladas a serem activas». E parece certo. Mas sem limites...? Podia-se concluir que hoje «os pais não educam pior, a socialização é que é menos virada para a obediência e mais para o diálogo»
Faz sentido.
Gosto do diálogo.
Mas nestes exemplos dos pequenos perturbadores da ordem, não vejo diálogo nenhum. Vejo uma espécie de quero-posso-e-mando das crianças, sem limites e sem respeito pelos outros.
As crianças não podem nem devem ser equiparadas a animais e excluídas dos hotéis, mas devem comportar-se então como os habituais frequentadores dos hotéis. Simples.
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