terça-feira, 1 de setembro de 2015

Multibanco, antes e depois


É verdade que tenho por diversas vezes partido em guerra por aqui, quando considero que em muitos casos as empresas substituem os homens por máquinas, na mira de aumentarem os lucros. Está sempre a acontecer e cada vez mais. O comércio, por exemplo, fica despersonalizado porque os clientes usam o tal «self-service» ou seja servem-se sozinhos do que precisam e agora também muitas vezes pagam sozinhos, arrumam as compras e saem... Tudo se pode passar sem ver viv´alma! Faz-me um pouco impressão.
Mas li ontem que já fez 30 anos que nasceu o multibanco!
É curioso que também já pensei (e penso...) sobre ele o mesmo do que acabei de dizer do comércio em geral. Quando éramos atendidos num balcão do Banco havia uma relação «humana» que decerto não existe em frente da caixa de multibanco. Ainda hoje quando preciso mesmo de ir ao «meu» balcão, há lá funcionários que até sabem o meu nome. É agradável.
Mas... confesso que o multibanco é MUITO prático! Muitíssimo. E, seja pelo que fôr, ou por Portugal ter adoptado o sistema mais tarde do que outros países ou por ter trabalhado melhor a tecnologia, o nosso sistema de multibanco é melhor do que os outros! Quem vai ao estrangeiro vê isso claramente : não só pela quantidade de caixas que existem, como pelas funções que executam.
A geração mais nova nem se lembra de como era o mundo antes do «dinheiro de plástico» e sem caixas de multibanco. Estive a contar ao meu filho que quando comecei a trabalhar - e na Função Pública! - no dia do pagamento ia lá um senhor com uma pasta e envelopes com os nossos nomes e dentro de cada envelope vinha uma folha nomeando o vencimento, os descontos, e um maço de notas e até moedas. Eu é que depositava parte dele no Banco, e foi um grande avanço quando mais tarde o ordenado passou a ser directamente depositado no Banco. Nessa época andávamos sempre com o dinheiro para as despesas e tínhamos um «livro de cheques», preenchia um, rasgava-se pelo picotado e escrevia-se no 'canhoto' a quantia e para quem era. Era tudo.
Hoje é tudo muito mais fácil, e graças ao multibanco quase não precisamos de andar com dinheiro: pagamos as compras, levantamos e depositamos dinheiro, pagamos facturas, pagamos portagens, fazemos transferências, compramos bilhetes de espectáculos, pagamos o nosso transporte mensal, os impostos, enfim pagamos praticamente tudo! No mesmo sítio, a qualquer hora do dia ou da noite. Não digam que não nos facilita a vida!!!
O outro lado da moeda, menos contacto humano mas maior simplificação dos processos. Desta vez tenho de concordar.






Cereja

3 comentários:

méri disse...

Pois o que eu vinha aqui dizer é que o sistema simplificou muita coisa, tem a desvantagem de se não dar o real valor ao dinheiro de plástico e das máquinas.
O tempo em que se ia separando, normalmente em envelopes, o dinheiro para a renda, outro para a água etc. etc. já lá vai há muito

Há dias o meu filho, um jovem nos seus quarentas, esteve a contar às sobrinhas e filha, de 12,9 e 4 anos como foi ele, no fim do curso, em Berlim à procura de trabalho, era telefonar: descer as escadas do prédio, ver se tinha moedas sufucientes para ir a uma cabine, por vezes estava impedido ou não respondiam, voltar a subir para um pouco depois voltar a repetir a tentativa de comunicação e tudo isto para combinar tomar um café com um amigo no dia seguinte! As sobrinhas estavam de queixo caído! A filhota, nos seus 4 anos ainda não ligou muito. Elas adoram ouvir o tio (que tem muita piada a falar) contar coisas antigas!!! Antigas calcula tu, dos anos 90!!!

cereja disse...

Então essa área das comunicações levou uma volta inacreditável! Íamos de férias e escrevíamos postais aos amigos, não se mandavam sms... E o meu filho também se fartou de rir uma vez que lhe contei que tinha tido uma discussão com um colega de faculdade, durante as férias grandes, tudo por carta. Eu em Lisboa e ele em Viseu, carta para cima, carta para baixo, carta para cima, carta para baixo, e até tinha comprado uma caneta de tinta permanente nova porque a que tinha já não escrevia bem!!! Parece um outro mundo.

cereja disse...

Ah, esqueci-me dessa coisa dos envelopes! Tal e qual! Dividíamos o ordenado e guardava-se o dinheiro para as despesas em envelopes diferentes. Já a minha mãe fazia assim, e ajudava a organizar as despesas...