Recebi há dias um fw brasileiro que não dá para deixar aqui, por um lado por estar em power-point (e eu não sei como deixar um power point no blog) mas também porque não gostei do início e do final um tanto lamechas. No início uma professora lê a redacção de uma criança a rezar fazendo um pedido a Deus que faria mais sentido ao Pai Natal, e no final a dita professora e marido descobrem que são os pais dessa criança. Pronto, eu tiraria essas partes, mas o que ficava era (cito):
[Oh Deus/Pai Natal] transforma-me numa televisão.
Quero ocupar o espaço dela.
Viver como a televisão vive.
Ter
um lugar especial para mim e ter a minha família em meu redor.
Ser levado a
sério quando falar, ser o centro das atenções, e ser escutado sem interrupções
ou perguntas.
Quero receber a mesma atenção que ela recebe quando não funciona.
Ter a companhia do meu pai quando chega a casa mesmo que esteja cansado.
Que a
minha mãe me procure quando estiver sozinha e aborrecida em vez de me ignorar.
E ainda que os meus irmãos briguem para poder estar comigo.
Quero sentir que a
minha família deixa tudo de lado de vez em quando para poder passar alguns
momentos comigo.
Por fim que eu possa divertir a todos.
Só te peço que me
deixes viver com a intensidade que qualquer televisão vive.
Achei extremamente bem visto. Hoje a tv é a peça mais importante numa casa e para uma família. Tal como aqui se chama a atenção quando as pessoas chegam cansadas do trabalho atiram-se para o sofá e ligam a tv. Muitas vezes janta-se de tabuleiro em frente dela. Organizam-se os afazeres em função da sua programação. Responde-se apressadamente a qualquer elemento da família que tenha o atrevimento de interromper o que se está a ver, e isso entre todos, marido-mulher-pai-filho-irmão... Apesar do tempo livre ser pouco, o que temos é ocupado com a tv prioritariamente.
Tal como é referido nesta "graça" a pessoa que ocupasse o seu lugar tinha um lugar de excelência numa família, nunca tal se podia imaginar!
Tal como é referido nesta "graça" a pessoa que ocupasse o seu lugar tinha um lugar de excelência numa família, nunca tal se podia imaginar!
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Só um reparo: este texto está já um nadinha desactualizado.
Neste momento ela (tv) está já a ceder o lugar ao computador, tablet, iphone, etc, etc...
Neste momento ela (tv) está já a ceder o lugar ao computador, tablet, iphone, etc, etc...
Não sei se isto é normal e tenho eu de me adaptar ou há algo realmente errado neste afastamento da 'relação física'.
É bom pensar nisto.
Cereja
4 comentários:
E quando as mães (ou pais) enlevados nos dizem em relação a um bebé de um ano "é tão inteligente!!! ele já sabe mudar o canal da tv!!!" quase antes de saber andar ou falar.
É um bom exemplo, Joaninha. Afinal trata-se de carregar num botão, não é preciso uma grande perícia para o fazer... Muito mais complicado é levar a colher da papa à boca :) e esse gesto de carregar num botão do comando tem uma recompensa imediata, a imagem muda o que para o bebé é uma maravilha.
Conheço também pais que se maravilham quando o filho sabe ver um vídeo ou dvd que muitas vezes é apenas enfiar uma coisa num buraco e carregar num botão.
também recebi esse mail.
mas há alguma razão nele, embora agora sejam as crianças agarradas a mil e uma tecnologias e que também não ligam aos pais...
(amor com amor se paga)
Há até muita razão, Saltapocinhas. E eu terminei referindo exactamente as tais mil e uma tecnologias que captam actualmente as atenções, e talvez seja ainda pior do que a tv. Ao menos a tv pode ser vista em grupo, enquanto a aplicação do telemóvel ou tablet é individual!!! Acabamos autistas!!!!
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