É um símbolo também.
E quanto a isso não tenho nada a objectar. A linguagem figurada é coisa bonita. Quer quando a referência é agradável (estou nas nuvens, senti-me no céu) quer quando é violenta ou feia ( ele esfolou-a viva, arrastou-o pela lama) afinal são metáforas, são palavras. E a "algema" em sentido figurado não tem nada de mal, significa estar preso e estar bem preso. Mas quando o instrumento é real já dá que pensar que se use de um modo tão... psicologicamente violento.
Li há pouco uma história, toda ela estranha e exagerada, de uma prisão efectuada com o uso de algemas. Também recordamos ainda as imagens do Strauss-Kahn algemado no aeroporto. Mas, é claro, que não é por nestes casos serem pessoas "importantes" que me choca, incomoda-me igualmente ver como já vi, no outro extremo da escala social, um preso à espera no corredor de um tribunal, algemado. E incomoda-me porque me parece não existir a menor necessidade: daquele sítio já é difícil encontrar a saida normalmente quem está livre, quanto mais com um guarda de cada lado...
Para mim, já o algemar é uma pequena violência.E nem tão pequena como isso, porque quando as mãos ficam algemadas atrás das costas se o preso cair cai desamparado, não pode atenuar a queda. E é curioso ver os 'protocolos' - por um lado prendem as mãos mas por outro ao metê-lo no carro põem-lhe uma mão na cabeça para não se magoar na porta!!!! Vê-se isso em todos os filmes e séries policiais.
Bem, não sei se me estou a explicar como deve ser... Quando se está a lidar com alguém violento, faz sentido que enquanto existir perigo de agressão ele seja dominado de modo a não agredir, isso creio ser indiscutível. Mas já me choca usar um instrumento desses como rotina num acto de prisão. É humilhante, vexatório, desnecessário.
Bem, não sei se me estou a explicar como deve ser... Quando se está a lidar com alguém violento, faz sentido que enquanto existir perigo de agressão ele seja dominado de modo a não agredir, isso creio ser indiscutível. Mas já me choca usar um instrumento desses como rotina num acto de prisão. É humilhante, vexatório, desnecessário.
Para mim entra no campo dos castigos corporais que se usavam nos séculos passados e hoje já não se imaginam numa sociedade civilizada. Fica pelo menos a marca psicológica. E se a pessoa detida provar estar completamente inocente? Como 'se apaga' essa recordação que decerto a vai marcar?
Cereja
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