Não é de hoje, já sabemos.
«Maria! Não me mates que sou tua mãe!» escrevia o Camilo e a história dizem que era verdadeira - não só a rapariga matou a mãe como lhe cortou a cabeça! É claro que o ser humano é agressivo e violento, e nos séculos passados via-se isso bem com guerras terríveis onde proporcionalmente se matava imensa gente, mas, enfim matava-se um a um que uma espada só apanha uma pessoa de cada vez...
«Maria! Não me mates que sou tua mãe!» escrevia o Camilo e a história dizem que era verdadeira - não só a rapariga matou a mãe como lhe cortou a cabeça! É claro que o ser humano é agressivo e violento, e nos séculos passados via-se isso bem com guerras terríveis onde proporcionalmente se matava imensa gente, mas, enfim matava-se um a um que uma espada só apanha uma pessoa de cada vez...
A mim, talvez influenciada por andar nos últimos tempos a comprar o Correio da Manhã para completar a colecção dos jogos da Majora, parece-me que ultimamente a violência anda desenfreada. Até porque os jornais deste tipo não inventam, apenas dão mais relevo ao que já existe. E são casos uns a seguir aos outros: assassínios, suicídios, acidentes estranhos, roubos com violência, atropelamentos, raptos, terminando este enumerado com a terrível violência doméstica que nos dá o número assustador de
mais de 3 mulheres mortas por mês pelos seus companheiros.
Como já disse, é claro que sempre houve violência ( o que não consola nada!) mas não me recordo de tanta em tão pouco tempo. Possivelmente as coisas estariam mais escondidas quando eu era criança e adolescente, talvez houvesse mais pudor em se falar nestes assuntos...
E é esse pensamento que me fez escrever isto hoje. Claro que pode ser hipocrisia não falar dos assuntos, como se diz varrer-o-lixo-para-debaixo-do-tapete. Não é por a comunicação social não falar que as coisas não sucedem, é claro.
Mas o que me preocupa e sobretudo quando penso na educação das crianças, é na banalização desta agressividade. É claro que os desenhos do Walt Disney também eram violentos. Eu tinha 4 ou 5 anos quando vi o Bambi e chorei com grandes soluços, e as bruxas, madrastas, fadas más eram terríveis, isso nem se discute. Mas comecei a franzir o sobrolho há 20 anos com o Dragonball, já não gostei dos mortos a ressuscitar, aqueles monstros, e a facilidade com que se exterminava os adversários. Hummm....
Mas hoje isso já parece ingénuo. Há os vampiros, os mortos-vivos, lobisomens, zombies de diversos formatos e as crianças trocam cromos e riem-se de imagens que podiam arrepiar mas pelos vistos até são divertidas. Os filmes de terror é que estão a dar. É bom sentir medo. É engraçado. Ver a imagem de um ser humano (ou que não seja humano!) estripado, com os miolos de fora, com os membros cortados, sem cabeça, faz rir muitas vezes.
Bom, eu não acho natural.
Para mim o excesso de proximidade com imagens de enorme violência, desvaloriza-as, banaliza-as, e pode (digo apenas que pode...!) não se vir a reconhece-la no mundo real como ela é. O miúdo que há pouco tempo esfaqueou uns colegas numa escola tinha dito pouco tempo antes "Era formidável fazer um massacre! " e dizia ter um plano para matar 60 pessoas. Para se divertir.
Cereja
1 comentário:
Vim aqui ter do facebook, mas não sei como se comenta. Lá é mais fácil :))
Gostei muito do blog. E este texto faz pensar, a quem já não é assim tão novo como isso. Também me impressiona a naturalidade com que se olha para a violência de todos os dias.
Gosto.
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