Uma quinta feira que nos dá que pensar.
Por um lado uma manifestação enorme das forças de segurança. Queiramos quer não dá que pensar ver tanto polícia junto e em fúria. Muita gente não simpatiza com eles, mesmo com um passado branco como a neve a verdade é que a 'autoridade' encanita muita gente, para além dos que não gostam de fardas em geral. Mas é um facto que sendo as polícias parte da função pública (ainda não foram privatizadas) apanharam com o tsunami dos fortíssimos cortes quer de vencimento quer de benefícios sociais, e claro que não gostaram. E vieram dizê-lo. Aparentemente era PSP, GNR, Serviços Prisionais, mas imagino que a Judiciária estaria lá pelo menos em espírito por aquilo que tenho lido nos últimos tempos. - parece que já nem para combustível para os carros têm dinheiro...
Contudo, dando obviamente a cara porque foram filmados em grande plano e de perto, confesso que me impressionou haver tantos que fugiram a dizer ao repórter o nome e em que corporação trabalhavam. Medo de represálias? Depois de 40 anos de democracia...? Ainda é pior do que pensava.
Na outra banda intelectuais promovem uma Conferência "Em Defesa da Constituição, da Democracia e do Estado Social". E vê-se na mesma sala e até na mesma mesa, pessoas que há alguns anos eram claramente grandes adversários para não dizer mesmo inimigos. Juntam-se contra um alvo comum. Coisa que a esquerda, a velha esquerda que gosta tanto de se pulverizar, parecia incapaz de fazer, parece que a necessidade obriga a essa união. Dizer que me senti admirada é pouco.
Contudo ao ver os jornais "virtuais" aquela janelinha ao alto à direita que nos dá o resumo do que os jornais consideram de mais importante, e o que vemos é uma misturada de faits-divers criminais (da dívida dos 17 milhões do Luís Filipe Vieira, a um assassino que 5 anos depois se veio entregar) ou de uma espécie de socialight (a cantora que rapou as sobrancelhas, ou a apresentadora de tv que se despiu porque a França vai ao Brasil)
Assim vai o mundo?
Cereja
3 comentários:
Pelo menos na aparência superficial,algo pode mudar a relativamente curto prazo.Esticou-se demasiado a corda e não se pode esquecer que "os elementos" das forças de segurança,um pouco menos atingidos do que a maioria dos trabalhadores em funções públicas têm famílias e aí estas estão a comer com os cortes e tudo o resto,principalmente o desemprego,o que os leva a sentir bem como as coisas estão a ser...
fj
Olá FJ
Também penso isso. Goste-se ou não das polícias ai de nós se desaparecessem, ou fossem "privatizadas" (?!) Não se defendem regalias mas condições para um nível de vida decente. Eles e nós!
É claro que qualquer coisa vai mudar.
Ou rebentar!!!! A classe média não é elástica.
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