sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Rescaldo

Uma quinta feira que nos dá que pensar.
Por um lado uma manifestação enorme das forças de segurança. Queiramos quer não dá que pensar ver tanto polícia junto e em fúria. Muita gente não simpatiza com eles, mesmo com um passado branco como a neve a verdade é que a 'autoridade' encanita muita gente, para além dos que não gostam de fardas em geral. Mas é um facto que sendo as polícias parte da função pública (ainda não foram privatizadas) apanharam com o tsunami dos fortíssimos cortes quer de vencimento quer de benefícios sociais, e claro que não gostaram. E vieram dizê-lo. Aparentemente era PSP, GNR, Serviços Prisionais, mas imagino que a Judiciária estaria lá pelo menos em espírito por aquilo que tenho lido nos últimos tempos. - parece que já nem para combustível para os carros têm dinheiro...
Contudo, dando obviamente a cara porque foram filmados em grande plano e de perto, confesso que me impressionou haver tantos que fugiram a dizer ao repórter o nome e em que corporação trabalhavam. Medo de represálias? Depois de 40 anos de democracia...? Ainda é pior do que pensava.
Na outra banda intelectuais promovem uma Conferência  "Em Defesa da Constituição, da Democracia e do Estado Social". E vê-se na mesma sala e até na mesma mesa, pessoas que há alguns anos eram claramente grandes adversários para não dizer mesmo inimigos. Juntam-se contra um alvo comum. Coisa que a esquerda, a velha esquerda que gosta tanto de se pulverizar, parecia incapaz de fazer, parece que a necessidade obriga a essa união. Dizer que me senti admirada é pouco.
Contudo ao ver os jornais "virtuais" aquela janelinha ao alto à direita que nos dá o resumo do que os jornais consideram de mais importante, e o que vemos é uma misturada de faits-divers criminais (da dívida dos 17 milhões do Luís Filipe Vieira, a um assassino que 5 anos depois se veio entregar) ou de uma espécie de socialight (a cantora que rapou as sobrancelhas, ou a apresentadora de tv que se despiu porque a França vai ao Brasil)
Assim vai o mundo?
Ou alguma coisa vai mudar?



  Cereja

3 comentários:

fj disse...

Pelo menos na aparência superficial,algo pode mudar a relativamente curto prazo.Esticou-se demasiado a corda e não se pode esquecer que "os elementos" das forças de segurança,um pouco menos atingidos do que a maioria dos trabalhadores em funções públicas têm famílias e aí estas estão a comer com os cortes e tudo o resto,principalmente o desemprego,o que os leva a sentir bem como as coisas estão a ser...
fj

cereja disse...

Olá FJ
Também penso isso. Goste-se ou não das polícias ai de nós se desaparecessem, ou fossem "privatizadas" (?!) Não se defendem regalias mas condições para um nível de vida decente. Eles e nós!

Joaninha disse...

É claro que qualquer coisa vai mudar.
Ou rebentar!!!! A classe média não é elástica.