quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Algumas coisas indecentes

 Há casos que ainda me conseguem surpreender quando, um tanto cinicamente, imaginava que tal já não podia acontecer.
A situação desesperada que se vive em Portugal, o que mais nos interessa, mas que também se começa a sentir noutros países da Europa é tanto mais chocante para mim, pela abertura cada vez maior do leque social. É verdade que nunca pertenci ao grupo dos que bramam contra quem tem um salário alto. O que me revolta é quem tem um salário baixo. Que haja pessoas que ganhem bem, ou muito bem, se forem bons profissionais nem penso nisso duas vezes, mas indigna-me muito que se ofereça a jovens licenciados ordenados iguais ou inferiores ao nosso ridículo smn. Essa brutal desigualdade não a aceito. E li agora: «Portugal arrisca-se a ser um dos países mais desiguais do mundo se a política de austeridade prosseguir».  Uma vergonha.
Mas, como escrevi, não me costuma impressionar quem ganhe relativamente mais, embora me pareça sensato a tal baliza que se costuma usar do ordenado do Presidente da República - acima disso teria de ser caso de um trabalho muuuito relevante...
Ora, mudando de assunto, sei muito bem que o mundo do futebol é hoje em dia um mundo de negócios. Por outro lado, ouvimos há anos comentários sobre os ordenados elevadíssimos dos jogadores e seus treinadores. É o escândalo de muita gente, e confesso que também a minha admiração quando oiço alguns desses valores. OK. Sou das que criticam, mas nunca usei de grande violência verbal porque os classifico como artistas de um espectáculo que agrada a multidões.E acaba cedo.
Mas... Mas já não gosto e me irrita os que gravitam na mesma área, e vivem à custa do trabalho dos futebolistas (que vendem e compram termo que sempre me arrepia mesmo sabendo que se referem ao passe e não à pessoa!) como por exemplo os managers dos jogadores. Pelo que percebo o que fazem é negociar os contractos e vivem à custa disso, não produzem nadinha de útil.
Agora deixou-me de boca aberta ter ouvido um senhor, que fazia parte dos corpos directivos do Sporting (e para o caso deve ser semelhante nos outros grandes clubes) que saiu agora zangado porque lá não lhe iam continuar a pagar a módica quantia de 20 mil euros  !!!!!!
Vinte mil euros. Vinte mil euros por mês, (bastante mais do que o PR) ganhava aquela criatura que ainda aceitaria condescender passar para metade (10 mil!!!) por consideração para com o clube!

Desigualdades? Para mim isto roça o indecente. Parece que troçam de nós!







Cereja

3 comentários:

Joaninha disse...

Eheheheh!!! Vinte mil eurinhos, não é nada. Amendoins, não?
Apoiado, é claro, Cereja. É escandaloso e impressionante o fosso que anda cada vez maior entre quem ganha perto do smn, ou mesmo que seja 2 vezes e até 3 vezes - ganhar menos de 1500, quando só a renda de uma casa é um terço dessa verba, não é nada!!!! - e os que recebem 10 ou 20 vezes mais! Dizem que têm mais despesas... e têm porque as podem ter!

Joaninha disse...

Já ouvi falar para aí num salário mínimo europeu. Tinha a sua graça, não tinha :))))

cereja disse...

joaninha, minha amiga virtual (e não virtual amiga, eheheh) estás a cumprir a promessa de comentares quando eu escrever, o que moraliza bastante. Também apanhei uns "gostos" de fb, e isso também conta. :)))
......
Estes desabafos ajudam-me um bocado, o "passar para o papel" aquilo que me irrita ou preocupa, pode não servir para nada mas ajuda-me a mim.