domingo, 23 de junho de 2013

Imagens e palavras

A fábula do pastor e o lobo pode ser mais séria do que se imagina.
Ora bem:
Antes, há bastante tempo, dizia-se uma imagem vale mais que mil palavras, e a ideia ainda se mantém.  Muita gente garante a veracidade de algumas coisas porque viu. Pois se viu, viu mesmo com aqueles-que-a-terra-há-de-comer, é porque é verdade, não?
Os tempos mudaram, a visão crítica é bem maior ( já são frases comuns "os jornais só dizem mentiras", ou "não se pode acreditar o que diz a televisão" ) mas a força da imagem ainda é grande, e aquela que passa na net como parece mais inocente por não se ver logo a quem interessa, é mais facilmente aceite.
Mas afinal até me parece que se pode mentir muito mais com as imagens do que por palavras!!!
O primeiro truque, facílimo, que não necessita de nada a não ser má fé, é colocar uma foto verdadeira mas dizendo que foi tirada noutro local. Ou noutro dia. Ou noutro país.
Disse má fé, mas note-se que pode até nem o ser, ser simplesmente um erro de precipitação na conclusão, uma confusão. Mas como as modernas tecnologias fogem a qualquer controlo, depois à força de
forwards, twitts e partilhas de facebook, a imagem torna-se viral como agora se diz, e ganha foros de verdade absoluta.
E, na minha opinião, mesmo que a primeiríssima imagem tivesse aparecido com um erro voluntário - vulgo 'mentira' -, os milhares que depois a difundiram podem tê-lo feito de forma inocente. Mas resulta.
Outra hipótese de uma imagem mentirosa, é acrescentar uma informação que faz "ver" o que lá não está. "Fulano a abraçar o irmão". Muito bem, vê-se um vulto e se dizem que é o irmão... é porque é. Não era. Oh, ele nem tinha irmão, calha bem!
E depois há a verdadeira manipulação. Montagens, fotoshop,  todas essas habilidades fáceis de fazer hoje. Creio que todos nós já fomos apanhados por acreditar em imagens manipuladas, quando são bem feitas. Interessante. Quando se sabe até podemos achar graça, se temos bom feitio e apreciamos partidas.
Eu cá ando um bocado farta. É já raro o dia em que depois de ficar chocada (ou emocionada, ou enternecida, ou preocupada, ou....) com qualquer história que ou me enviam para o mail ou leio no facebook, venho a descobrir que aquilo já tem 5 anos, e foi desmentido, e não era uma criança era um adulto, e o cão nunca foi perdido, e o ladrão até era um polícia, e etc e tal de modo a fazer-me sentir completamente enganada. E parva, claro.
Estas brincadeiras podem ter consequências. Não virá longe o dia em que tal como o pastor  haja quem grite que o lobo vem aí, mas a malta muito farta responda "qual lobo qual carapuça, já não me enganas mais" até sentir a primeira dentada.


(Estas imagens com Photoshop são incríveis porque foram bem planejadas)

Cereja

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Solestício



O maior dia do ano.
Um dia mágico, enorme, cheio de luz.
Para uma pessoa completamente diurna como eu, este é o MEU dia, que a natureza inventou a pensar em mim!




Viva!




Viva o dia maior do ano!







Cereja 

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Mudei o nome


Pronto, mudei o meu nome!

Ando há que tempos para o fazer e foi desta. 
No primeiro post deste blog expliquei a todos porque escolhi como nick Pé-de-Cereja. Quero eu dizer, expliquei porque "me identificava" com a Cereja. E o facto um pouco irritante de ser um nome comprido, assim a modos de nome próprio e apelido, tinha também uma explicação fácil.
Primeiro, quis um nome que fosse diferente do título.
Segundo, queria sublinhar que o mais interessante para mim era o relacionamento, a conversa, o debate, a troca de ideias. Afinal se a conversa é como as cerejas é porque elas de prendem umas às outras pelo pé. E eu desejava isso.
Mas com o tempo fui verificando que era um nome que não-dava-com-nada! Era comprido, dizia-se aos soluços, não dava para escrever depressa. A verdade é que quando a malta que comenta aqui se me dirigia, simplificava e dizia - Oh, cereja mas não vês que... 
É verdade. O pé não acrescenta nada, e complica.

Nos blogs anteriores tinha um nick porque era conhecida por aí, com três sílabas, que nem significava nada, mas soava bem.
Bom, esse não o vou recuperar, é claro, mas se passar a "simplesmente Maria Cereja", tudo se resolve. São as tais 3 sílabas, é fácil, e continua a ser simbólico.
Pronto. Aqui quem manda sou eu, e já está!
Até amanhã!!!




Cereja


segunda-feira, 17 de junho de 2013

O tal 'subsídio de férias'

Tudo isto me parece um jogo de xadrez, onde no tabuleiro estão pessoas a sério, mas quem o joga vê peões (ou torres, ou cavalos, ou...) e faz experiências com jogadas complicadas.
subsídio de férias
, um mês a mais de ordenado, surgiu logo depois do 25 de Abril para ajudar a melhorar os salários que os trabalhadores de então recebiam. Subir os ordenados em bruto era difícil, mas aquilo já dava uma folga que era muito bem vinda. Esse, ou esses (se contarmos com o Natal) salários a mais se em parte eram usados para aquilo que o nome indicava, gozar umas férias descansado fóra de casa, ou passar um melhor Natal, a outra parte era usada para despesas diversas que se pagavam com essa verba.
Passaram-se muitos anos. Os contratos colectivos de trabalho passaram a incluir esse ponto: quem começava a trabalhar sabia que o seu salário anual era o correspondente a 14 meses. Parecia pacífico.
Depois veio o tsunami da famosa crise. E os tais jogadores de xadrez humano pensaram " humm... baixar 10% ao salário mensal chama a atenção, vamos antes retirar mais de 11% ao salário anual!" e zás! Retiraram os subsídios.
Bem, como isso criava uma diferença entre trabalhadores, tal não foi legalmente possível. E começam umas jogadas habilidosas, avançar uma torre, recuar o bispo, sacrificar um cavalo... ou seja, paga-se às pinguinhas, paga-se mais tarde, etc.
Não ocorre aos senhores jogadores que este dinheiro não é para extras, é já mesmo para o básico! E o básico extravasa por todos os lados.
Tenho uma amiga, que ganha muito pouco. Tão pouco que o patrão nunca regateou o subsídio. E contava-me no domingo, desesperada, que não ia poder pagar umas contas atrasadas, porque afinal o subsídio tinha ido para a inspecção do carro - instrumento de trabalho naquela casa - e para o dentista. Férias? Há anos que não saía de casa em Agosto, isso era o menos. Mas o carro, mesmo estando muito velho, era fundamental e cheia de dores tinha de extrair 2 dentes e substitui-los.
Não. Os senhores que nos dizem com um meio sorriso que afinal se pode bem passar sem férias no Algarve ou no estrangeiro, nem entendem que estão a gozar connosco. 
Um ser humano não é um peão num jogo!!!



Pé-de-Cereja

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Eu não acredito!?

Vou contar uma história espantosa. engraçada. verdadeira. uma história, pronto.
Começando pelo princípio que é sempre boa ideia: a minha casinha de aldeia de que aqui falo muitas vezes é numa rua que não tinha nome, porque ali não havia placas com nomes nem números de portas. Há uns anos atrás começou a ser obrigatório a identificação completa e lá recebi um número e soube que a rua se chamava Rua da Fonte.
Esta é uma casa de bonecas, muito pequenininha, mas com bom feitio. É muito bem iluminada, paredes grossas e sólidas, apanha sol o dia todo (desde que o haja...) ou seja não é húmida coisa rara nesta zona. E, como disse, é uma casa com bom feitio, simpática, bem disposta, nunca me deu ralações. Até que...
Até que o proprietário de um terreno na rua de cima, há uns anos,  decidiu construir umas casas. Coisa fina, dois belos casarões para alugar, mas essas obras estragaram o meu sossego e parte do meu quintal, porque ele mandou construir um muro em cima do meu, centenário, e aquilo ruiu tudo deixando-me quase emparedada em casa!!!  Foram meses de chatices, com o homem a fazer-se desentendido, e acabei por mandar fazer eu as obras à minha custa. Passou-se tempo, e a casa começa a ter infiltrações e tudo isso com origem nas tais obras um tanto atamancadas, qualquer coisa que ficou mal. Foi mais de um ano de telefonemas e cartas registadas até o homem decidir concertar o que estava mal.
Isto para explicar que as minhas relações com o vizinho da rua de cima, não são simpáticas.
Ora
eis senão quando, volta a aparecer água no meu quintal. Grrr..! Era demais. Mas, muito farta de conflitos, não me apetecia partir para a guerra de novo, de forma que fechei os olhos esperando (desejando) que aquilo fosse infiltração das chuvas e passasse. Ná! Cada vez corre mais água. Já tenho que calçar botas para sair de casa. Comecei a gozar com meu filho "Tás a ver? Nós a  estranhar ser Rua da Fonte, e afinal a fonte é aqui, no nosso quintal!"
OK, já em desespero, ligo para a companhia das água, dizendo que me parece haver uma fuga, porque corre água para a rua, para ver o que dizem. Chegam pressurosos, mas desenganam-me "Ná! Se fosse ruptura na via pública a gente chegava lá. Isto é naquela propriedade"
Pronto. Inicio a tentativa de contacto com o senhor, mais 10 telefonemas sem o encontrar. *suspiro* ai, ai...
Agora chega-me uma nóvel informação das companhia das águas "Afinal isto é uma mina. A água vem de uma nascente"
Acreditam?! Afinal é verdade, vivo na rua da Fonte porque existe aqui uma fonte sem eu saber. Directamente no meu quintal!!!




Pé de Cereja

terça-feira, 11 de junho de 2013

Sociologia de bolso

 Acho e sempre achei, muito interessante comparar modos de ver e pensar de várias gerações. Assim como o campo da economia vai desde a macro-economia à economia doméstica, imagino que na sociologia haja as grandes perspectivas da sociologia mundial mas também, vendo-se à lupa, as alterações mais comezinhas no nosso dia-a-dia. E é esse campo que me fascina e estou sempre a dar bitates por aí, comparando o "meu tempo" com o actual...
Hoje apeteceu-me virar-me para as artes!
E deu-me para comparar a música e a pintura. "Modos de usar" agora e nos meados do século passado.
Actualmente vive-se no reino da música. Imagino que seja facilitado pelo desenvolvimento das técnicas. Mas recordo que quando eu era criança a música chegava-nos sobretudo pelas pessoas que cantavam, e lá isso cantarolava-se bastante. Depois havia as telefonias, que não havia em todas, todas as casas, só pessoas com mais posses e cultura, e sobretudo não estava sempre ligada. E depois havia quem tocasse piano. Música de discos tocava-se muito raramente, num ou outro serão especial...
Hoje vivemos inundados de música. Até demais, para o meu gosto. Há cerca de um ano deixei aqui escrito um post onde desabafava sobre o excesso de música (para mim) na nossa sociedade actual. Notem que gosto muito de música, mas não preciso dela para respirar.
Mas, ao contrário, no meu tempo e entre os adultos com quem fui criada, apreciava-se e convivia-se imenso com a pintura e o desenho. Conhecíamos os pintores, a sua vida, o seu estilo. Quem não podia ter originais, tinha pelo menos nas paredes boas reproduções de obras conhecidas. Claro que às vezes, eram menos boas mas conhecíamos bem os pintores clássicos, assim como os portugueses da época. Não hoje. O centro de interesse deslocou-se, e enquanto a cultura musical me faz sentir ultrapassada em muito, nas artes plásticas sinto-me uma sabichona. Li há pouco no blog de um amigo um texto sobre o pintor Pavia que, mesmo que não tivesse sido um dos nossos pintores mais famosos, foi alguém que deixou uma marca na nossa cultura. Fiz uma mini-sondagem com um resultado que se adivinha.
É que o mundo gira muito depressa! Não penso que os costumes e gostos de hoje sejam melhores nem piores do que os que recordo. Mas são diferentes, isso a minha sociologia de bolso confirma.
E talvez (talvez!) graças a mais avanços desta fantástica tecnologia daqui a outros 50 anos se possa apreciar nas nossas casas e se calhar em 3 dimensões, todas as sete artes... Porque não?




 Pé-de-Cereja

domingo, 9 de junho de 2013

Bens públicos, bens privados

Todos, ou quase todos os que vivemos em sociedade temos a noção do que é nosso e o que não o é porque é doutra pessoa. Claro que não é coisa inata. Em bebé vemos uma coisa bonita, que nos agrada e estendemos a mão. E ainda de colo, ouvimos "Não, não! Não mexe! Não é seu!!!" e à custa de uns tantos ralhetes e decepções lá se vai aprendendo que não nos podemos apoderar de tudo o que gostamos. É assim que a sociedade funciona.
Claro que os limites são muitas vezes mal definidos como é sabido, sobretudo quando para além do conceito do "meu" e "teu" aparece outro chamado "nosso". Porque há coisas que são por natureza "nossas" no meu entender.
Vou há dezenas de anos para uma aldeiazinha na zona de Sintra. Fica num sítio elevado e chega-se lá por caminhos com muitas curvas e em muitos locais não podem passar dois carros ao mesmo tempo. Coisa primitiva. As terras que ladeiam esses caminhos tinham uns muros baixinhos que até serviam para nos sentarmos quando se estava cansado por um longo passeio a pé. E assim se fazia muitas vezes, para apreciar a paisagem que se estendia a perder de vista, até ao mar no horizonte. Um consolo, aquela vista.
Já há uns anos, depois de uma ausência um pouco maior, ao chegar fiquei siderada: a lindíssima estrada estava irreconhecível porque os muros tinham subido mais de um metro e meio. Os terrenos ficaram mais protegidos, sem dúvida, mas os passeantes perderam a visão que justificava aqueles longos passeios. Aqueles muros até me tiravam o ar, num local onde sempre senti que respirava melhor…
Ontem, decidi dar um outro passeio na mesma zona. Também há muito tempo não subia ali, porque a subida é um tanto íngreme, mas recordava que no alto dessa estrada que nem tem saída, havia um largo pequenino também com uma vista soberba. Vou subindo, devagarinho a saborear o prazer que ia ter lá no alto. Cheguei e repetia aparvalhada para os meus amigos “Não acredito! Eu não acredito!!” porque por cima do muro que ainda se notava pelas suas pedras toscas, tinham construído outro, e só alguém bem alto, em bicos dos pés conseguiria ver alguma coisa da paisagem.
Ora a questão é: afinal de quem é a beleza da paisagem? Não se discute a propriedade do terreno. Plantem-lhe couves, árvores, construam até uma casa. Mas um muro como aquele?! 
Não. Aquilo é roubar, é tirar para gozo próprio uma coisa que é património comum: a beleza de uma paisagem!




Pé-de-Cereja

quinta-feira, 6 de junho de 2013

O guarda-nocturno

É uma profissão do passado. 
Eu recordo ainda pequena, uma figura que percorria as ruas já noite escura fazendo tilintar uma enorme argola com dezenas de chaves penduradas. É que vigiar as ruas queria dizer ajudar e proteger quem lá vivia. Não apenas evitar roubos e mal-feitorias, como também verificar as portas se estavam bem fechadas, e para esse fim tinha uma chave de cada porta da rua. Se porventura alguém se esquecesse da sua chave. batia as palmas. O silêncio à noite era tanto (trânsito? o que é isso?....) que esse bater de palmas se ouvia ao longe e ele acorria ao sinal, e abria-nos a porta.  No século passado, é claro.
Hoje quase não há guardas-nocturnos e nada com esse aspecto - por vezes lá passa uma carrinha da polícia quando há essa sorte, e certos lugares têm vigilância, mas um "vigilante" não é um guarda-nocturno...
Ora bem, há muitos anos, mais de 20, a conselho de uns vizinhos contratei o guarda-nocturno que vigia a minha zona. Era um homem atarracado, de bigode e um pouco vesgo. O pagamento era "o que eu quisesse dar" e combinei o que achei razoável. Até porque dado o seu bafo a vinho o trabalho que ele realizava devia ter algum senão.
Quase só o costumo ver no princípio do mês, mas recordo umas duas vezes em que me bateu à porta para para avisar que tinha deixado os faróis do carro ligados! Foi útil, sim senhor. Contudo nunca vi a criatura a fazer ronda nenhuma, aqui pelo bairro.
Como contei, o homem anda nisto há uns 20 anos portanto desconfio que a genica, se a havia,  já se foi. Mas desde há uns tempos tirei a prova dos 9: agora manda o filho subir a escada e bater-me à porta para receber, porque ele se cansa muito a subir a escada. Ó céus!!! Então este destemido guardião, cuja profissão implica que precise de correr ligeiro atrás de um larápio, acobarda-se de subir um 3º andar?! É demais para ele?
Ai que confiança a gente pode ter... ? OK, ó senhor guarda, lá vão mais uns trocos para a ajuda do copinho de 3, pronto.


 imagem daqui


Pé-de-Cereja

terça-feira, 4 de junho de 2013

Essa coisa de educar...

A propósito deste vídeo que circula pelo facebook: 
(e não só lá com certeza)



Todos sorrimos com a tentativa deste menino, que dizem ter menos de 2 anos, de copiar aquilo que o pai está a fazer. É enternecedor, é claro. E lembramo-nos das frase "de pequenino se torce o pepino" (aqueles que precisam de ser torcidos (?!), creio eu) ou o "filho de peixe sabe nadar" e outras da mesma linha. Ou seja, o que se aprende em criança fica preso com aquela famosa cola que prendia os cientistas ao tecto. Sabemos isso por experiência própria.
Lá saber sabemos, mas há tendência a esquecer.
A responsabilidade de educar uma coisa pequenina que vai ser um homem ou uma mulher dentro de anos (menos do que nos parece quando os temos ao colo) é enorme. E deve ser a prioridade dos pais conscientes, acima de muitas outras importantes tarefas. 
É de bem pequeno que se aprende a "gostar" de certos alimentos por exemplo. Claro que dentro dos sabores básicos, o doce é um dos melhores, um bebé não aprecia o amargo ou azedo e delicia-se com uma coisa doce, mas reconhecemos hoje que é um grande erro favorecer esse gosto inato. Gostamos muito de ver a carinha feliz de uma criança a saborear um bolo e portanto insistimos nessa tecla. Tão bom vê-la contente!
Depois é ver o boom de crianças e jovens saturados de gorduras e doces, gordos que nem balões. E que detestam legumes! A fruta que costuma ser doce ainda vai... Mas quem os "ensinou" a gostar? E, mais importante ainda, o que é ela que vê os adultos comerem com prazer?...
E tudo o resto. Se as pessoas de quem gosta, gritam, ela grita. Se os vê a ler, imita-os nos gestos e mais tarde nos gostos. Se se riem muito, é um menino risonho. Se os vê bater, ele bate também. Se são pontuais, aprende a pontualidade. Se são bem educados entre eles, aprende as regras sociais da educação. Se a linguagem que ouve é grosseira e de palavrões, é isso que ele diz.
E um pouco mais crescido, se os vê consumirem muito, também quer que lhe comprem coisas. Se só andam de carro, ele não gosta de andar a pé. Se a sua casa está limpa e arrumada considera isso natural e gosta.
Isto não quer dizer que ele não faça o rigoroso oposto quando chegar à adolescência, é claro. Normal. Até como afirmação irá apreciar e até preferir aquilo que os pais não gostam, mas o importante é que os valores de referência foram os que aprendeu em pequenino. Vai contestar, pois vai, mas eles estão lá!
Difícil? Talvez, mas a recompensa é maravilhosa.

Pé-de-Cereja