Quando, numa volta pelos jornais, encontrei uma notícia sobre quais as melhores e as piores profissões do mundo
dipus-me a ler melhor. Estas coisas podem ser interessantes.
Claro que o título da notícia puxava a brasa à sardinha do
que interessava ao jornalista: a pior profissão era de repórter de imprensa. Um
tanto estranho porque vinha à frente de lenhador (!!!) e seguiam-se depois 3. Militar; 4. Ator; 5. Operário plataforma
petrolífera; 7. Técnico de leitura de contadores; 8. Carteiro; 9. Construtor de
telhados; 10. Assistente de bordo.
Mas não foi isso que me deixou a pensar. É que no campo oposto vinham as melhores profissões.
E a melhor era atuário. (?)
Depois seguiam-se 2. Engenheiro biomédico; 3. Engenheiro de
software; 4. Técnico de audiologia; 5. Consultor financeiro; 6. Higienista
oral; 7. Terapeuta ocupacional; 8. Optometrista; 9. Fisioterapeuta; 10.
Analista de sistema informático. Normal.
Primeiro, ainda fiquei na dúvida sobre o que era um atuário,
lá corrigi para português “actuário” e o dicionário explica-me que é (era) o “redactor dos discursos feitos no senado
romano e outras assembleias” e a “pessoa que faz os cálculos respeitantes a
seguros” o que tinha de ser o caso Muito bem. Então é isto o tal actuário. Apenas alguém que avalia os riscos.
E fico pasmada.
O importante afinal não é criar coisas. Não é plantar batatas para
comer, construir casas para morar, tecer tecidos para nos vestirmos. Nem sequer
é ensinar, curar, criar arte. O importante, o verdadeiramente importante, é
avaliar os riscos económicos. Essa é que é a profissão de futuro.
Mas afinal vão avaliar os riscos de quê???
Tem de existir todo um sector primário e secundário. Se não houver campos plantados, peixe pescado, gado criado, se não houver fábricas a produzir, se não houver transportes para levar as mercadorias, se não houver comércio para as vender, estão a avaliar o quê?
Tem de existir todo um sector primário e secundário. Se não houver campos plantados, peixe pescado, gado criado, se não houver fábricas a produzir, se não houver transportes para levar as mercadorias, se não houver comércio para as vender, estão a avaliar o quê?
É em ponto pequeno as tais agências de rating. Parece
estarem a brincar com castelos de cartas, a base do trabalho desta profissão
moderníssima é o trabalho alheio de que falam com superioridade e à distância como de uma abstracção. Mas se a base da pirâmide
falha, como é que o cume se sustem?
6 comentários:
Critérios neoliberais, não é?
Pois talvez seja, caríssimo.
E eu, como sempre, continuo a não entender nadas das doutrinas económicas. Mas, para o tal mercado ser livre ou não, tem de se começar por produzir. Como é que pode ser mais importante quem gere a produção do que quem produz??? É que se não se produzisse não havia nada para gerir!!!!
Deixei aqui um comentário que sumiu... Isto agora é uma experiência
Dúvidas não há.
É a vida às avessas, mais nada.
Quando houver mais patrões do que trabalhadores gostaria de ver o que se passará!
OK, agora parece que já entra (como tu, depois de ter escrito o blogger saneou-me! fiquei ofendida!!!)
Pensava o mesmo que o sem-nick (olá parceiro!!!!!) por este andar, daqui a pouco só há gestores e avaliadores do trabalho, não há é trabalhadores.
Bom Dia Sem-nick e Joaninha.
Aqui esta coisa tem andado aos soluços, de vez em quando os comentários não entram...
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