Ontem, numa pesquisa na net para uma coisa completamente diferente, encontrei este vídeo que parece ter sido filmado como graça, para fazer rir. Pelo menos assim parece, porque foi exibido perante uma plateia que se riu à gargalhada.
Estranhei tanto que voltei a ver para perceber se me falhara qualquer coisa.
Não havia dúvida. Era uma cena filmada num carro, em que uma mãe repreendia um filho por ter trazido um copo (que até parecia descartável) de um restaurante onde tinham estado dizendo-lhe que o tinha roubado. E, por aquilo que se ouvia nem tinha sido de propósito que ele tinha trazido o tal copo...
Explicar a uma criança o que é isso da propriedade, faz parte da educação se queremos que ele viva em sociedade. Está correcto.
Começa por distinguir os seus brinquedos dos dos amigos, depois os bens dos seus pais e familiares, e por fim da sociedade em geral. Se uma criança se apropria de algo que não deve, faz sentido que o devolva e explica-se porquê.
Neste caso, apesar de parecer uma coisa insignificante, compreendo que a mãe lhe tivesse dito que devia devolver o copo que não era dele. Até poderia ser educativo voltar atrás ao restaurante para devolver o copo, coisa que a criança até parece querer fazer mas a mãe não facilita essa solução, muito pelo contrário aceita o pânico em que a criança fica e deve ter-se divertido uma vez que enviou o vídeo para o programa.
Não achei graça nenhuma.
Recordo uma cena, passada na escada do meu prédio, era eu pequenina. Vivia no andar de cima um rapazinho mais ou menos da minha idade. Uma tarde ouvi um grande alarido na escada, choros de criança e vozes de adultos e fomos todos ao patamar do prédio. O menino-do-andar-de-cima tinha tido artes de enfiar a cabeça no espaço entre o muro da escada e o corrimão. E depois não a conseguia tirar, que as orelhas barravam a passagem... Andaram com ele para cima e para baixo a ver se nalgum ponto o espaço alargava os milímetros suficientes para se retirar a cabeça e a coisa estava difícil. A certa altura alguém exclamou, impaciente - "Pronto! Vai ter de se cortar!" e até estremeci com os berros do meu amigo que esperneava aterrorizado "NÃO! Não me cortem a cabeça!!!!!!" e eu era muito pequena mas mesmo assim entendi que o que se pensava cortar era o corrimão e não a cabeça do Zé.
Recordo uma cena, passada na escada do meu prédio, era eu pequenina. Vivia no andar de cima um rapazinho mais ou menos da minha idade. Uma tarde ouvi um grande alarido na escada, choros de criança e vozes de adultos e fomos todos ao patamar do prédio. O menino-do-andar-de-cima tinha tido artes de enfiar a cabeça no espaço entre o muro da escada e o corrimão. E depois não a conseguia tirar, que as orelhas barravam a passagem... Andaram com ele para cima e para baixo a ver se nalgum ponto o espaço alargava os milímetros suficientes para se retirar a cabeça e a coisa estava difícil. A certa altura alguém exclamou, impaciente - "Pronto! Vai ter de se cortar!" e até estremeci com os berros do meu amigo que esperneava aterrorizado "NÃO! Não me cortem a cabeça!!!!!!" e eu era muito pequena mas mesmo assim entendi que o que se pensava cortar era o corrimão e não a cabeça do Zé.
Esta recordação faz-me sorrir hoje pelo absurdo, quase tão absurdo como chamar a polícia para prender uma criança por ter trazido um copo do restaurante. Mas enquanto ninguém disse ao Zé que o corte era o da sua cabeça, nesta caso a mãe insistiu em que ele tinha roubado, e não permitiu que voltasse a devolver esse roubo. Foi uma maldade.
Como se sentiria ela na situação idêntica para um adulto?
Pé-de-cereja
2 comentários:
Uma vez era o meu filho muito pequenino (3 anos?) e depois de fazer umas compras num minimercado ia dar-lhe a mão e vi umas coisinhas pretas a sair de entre os deditos. Abri-lhe a mão e era uma joaninha de chocolate ali bem guardada, se calhar para o lanche. Dei meia volta e fui pagar enquanto lhe explicava que se tinha de pagar tudo o que trazíamos. Na altura nem percebeu muito bem, creio eu, mas era o modelo que devia seguir... Fácil.
UF! Pobre Zé! fj
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